- CURSO BÁSICO -
Organizado por: Regina Minas
Mauá – Rio de Janeiro
Outubro de 2000
TAROT
ESTUDOS INTRODUTÓRIOS
1. O QUE É O TAROT
A palavra TAROT, para os egípcios, significa caminho real (TA = caminho, RO = real) ou rota eterna (TAROTAROTAROT).
O Tarot é um oráculo e é considerado um esquema da cosmovisão dos Iniciados da antiguidade. Consequentemente, o Tarot pode ser considerado como um alfabeto iniciático, em que as cartas, lâminas, representam as letras desse alfabeto. É uma arte adivinhatória ou uma máquina de imaginar, que pode nos dar as chaves da nossa existência.
O Tarot é composto de 78 cartas. As 22 maiores são os chamados arcanos maiores – o coração do TAROT, sua alma. As 56 cartas menores – arcanos menores – têm sua importância, mas não podem atingir, formar ou simbolizar um acontecimento. Representam os quatro elementos da natureza: fogo, ar, água e terra.
Ao ser consultado, o Tarot só responde à verdadeira pergunta, a pergunta interior que está no centro das tensões internas. Funciona como uma ferramenta para penetrar o inconsciente, desvendá-lo e trazê-lo à tona, através de cartas que representam a jornada do homem na Terra; são os arquétipos (arcanos) que representam as situações e os momentos energéticos de cada pessoa, independente da sua condição. Portanto, o Tarot é para todos.
É uma linguagem-código que, com o conhecimento e a prática, consegue mostrar o nível de energia, esclarecendo e auxiliando no propósito do auto-conhecimento. A compreensão e o encontro com a realidade trazem um reforço de vitalidade e uma regularização de energia. Em outras palavras: “a compreensão do momento”.
O Tarot revela-se como um complexo simbólico coerente, destinado a preservar e a transmitir conhecimentos esotéricos. Se suas cartas são um compêndio de segredos iniciáticos, elas tornam-se via privilegiada para a compreensão dos mistérios da vida.
O Tarot não está ligado a qualquer tipo de religião, mas tem o propósito de expandir a capacidade espiritual e ensinar um método para desenvolver a intuição. O homem não está preparado para a captação e solução dos profundos problemas da existência. Muitos têm brilhantes insights de intuição, mas todos eles são lapsos esporádicos e dificilmente pode-se chamar de capacidade controlada ou intuição guiada. O Tarot trata de esclarecer e ajudar a todos aqueles que têm uma real busca espiritual e que sentem uma urgente necessidade de examinar tudo por si mesmos e de reconciliar sua mente para um grau mais elevado.
O Tarot oferece às pessoas uma peculiar possibilidade para alcançar os mais diversos objetivos e, ao mesmo tempo, educar suas mentes e abrir cabalmente novos panoramas.
2. ORIGEM
A teoria do Egito é a mais antiga. Foi pesquisada por ocultistas do séc. XVIII que haviam redescoberto o Tarot, reconhecendo que havia algo nessas velhas e primorosas cartas. Passaram, então, a dar-lhes enorme importância, deixando de considerar o Tarot simplesmente um instrumento adivinhatório.
Não está decidida a questão da origem do Tarot e as cartas mais antigas encontradas são do séc. XIV e do começo do séc. XV. Court de Gébelin foi o primeiro a sugerir que o Tarot vinha do antigo Egito. Ele supôs que o Tarot era o que restara de um livro antigo que expunha as doutrinas secretas dos egípcios. Os 22 arcanos maiores seriam representados por tabuletas depositadas num templo devorado pelas areias do tempo e do deserto; e este livro misterioso não poderia ser outro senão o “Livro de Thot”, deus da magia, contador das estrelas, senhor da palavra, inventor da escritura e sacerdote supremo do culto a Osíris.
A proposta da origem egípcia do Tarot dá convicção de que é o ramo real do domínio dos mistérios da vida, da morte e da ressurreição. “De acordo com a tradição, os sacerdotes de Memphis, prevendo a queda da civilização egípcia, ocultaram seus conhecimentos sob a forma de um baralho, que hoje é conhecido pelo nome de Tarot, e o legaram aos profanos, sabendo que devido ao hábito do jogo tais conhecimentos chegariam à posteridade”.
A primeira aparição de cartas de Tarot na Europa se deu aproximadamente no ano de 1392 na nossa era. Foi introduzido através da Índia por bandos de ciganos errantes. Sabe-se agora que a linguagem cigana é um dialeto notavelmente puro do sânscrito (idioma dos escritos hindus mais sagrados).
Outra teoria sobre a origem do Tarot também envolve as cartas com ciganos, mas se supunha que os bandos vinham do Egito e não da Índia. A palavra inglesa gypsy é uma antiga abreviatura de egyptian. Na região de Camargue, no sul da França, está a igreja de Le Saints Maries de la Margue, reservada exclusivamente para os ciganos. Ali se encontra a sepultura de Santa Sara do Egito, que é a santa protetora dos ciganos. Dizem que a urna de Sara descansa sobre um altar dedicado a Mitra – deus persa do Sol.
Vamos examinar o clima religioso que prevalecia no séc. XIV, quando o Tarot apareceu pela primeira vez na Europa.
O cristianismo oficial reinava supremo na França, o paganismo se agitava debaixo dos panos de numerosas formas, o que trazia como resultado terríveis perseguições da Igreja contra os hereges. A Igreja perseguia com impiedade fanática ou simples oportunismo político. Durante os séculos XII e XIII seitas secretas tais como os Waldenses, os Cátaros, os Albigenses e os Bogomiles foram impiedosamente destroçadas pelo papado com o fogo e a espada. A ordem monástica dos Cavaleiros Templários também caiu durante o séc. XIV por razões semelhantes e foi sistematicamente arrancada do corpo da cristandade, como uma verruga maligna. A “Santa Inquisição” confiscou-lhes todos os bens e propriedades e os distribuiu entre a Igreja e a Coroa da França.
Estas seitas cristãs heréticas foram extraídas das últimas religiões pagãs que floresciam na entrada do séc. XIV. Não se perderam. Hoje em dia se encontram com o nome de “gnotismo” ou “gnoticismo”. A palavra “gnóstico” deriva do grego e implica em grande modo com as palavras anglossaxônicas “wizard” (bruxo) e “witch” (bruxa), quer dizer, alguém que sabe, um sábio, um iniciado. O gnotismo faz uma mescla das doutrinas hindu, caldéia, persa, egípcia e as finalizou com a filosofia grega e as crenças cabalísticas dos hebreus.
Na época do papado de Clemente V, ele mandou queimar não só tudo o que havia sido escrito como a todos que obtinham o conhecimento prático e teórico que levasse o homem ao auto-conhecimento, à percepção extrassensorial e à evolução espiritual.
A virada para o séc. XX trouxe de volta todo esse conhecimento. Grandes mestres surgiram, como Gurdjieef, Steiner, Jung, Helena Blavatsky, Eliphas Levi, Mebes, Einstein, Alister Crowley, entre outros. Eles começaram a trazer à tona esse grande conhecimento que é a busca da consciência espiritual: a EVOLUÇÃO.
As pessoas continuaram e continuam buscando. O Tarot se mantém como uma das ferramentas essenciais para o despertar da CONSCIÊNCIA.
3. RECEBER A LEITURA DO TAROT
A linguagem
É a Luz – Linguagem de Deus. Essa linguagem é um alfabeto universal.
A luz emitida pelos corpos celestes é, de certa maneira, o Seu fôlego que chega até nós. O código em questão é muito antigo. É invariável e obedece a princípios que são sempre os mesmos. Isto deve-se a uma única razão: o que se modifica é a matéria, o espírito não morre e anima os que aqui perecem e renascem.
Daí, a grande lei das ciências ocultas: uma carta de Tarot tem sempre o mesmo significado; ele é apenas modificado por outras cartas.
No Tarot, as possibilidades de multiplicação que se associam à fecundidade infinita dos acontecimentos podem ser compreendidas pelo seguinte.
A comunicação implica em que se deva estar ao mesmo tempo a transmitir e a receber. Comunicamo-nos com os que nos rodeiam por meio dos órgãos dos sentidos e é com eles que apalpamos, vemos, saboreamos e amamos. O mesmo se passa com a linguagem. Um alfabeto permite-nos comunicar com os outros, transmitindo as nossas sensações e recebendo as dos outros.
No Tarot, essa comunicação requer que o consultante conheça realmente os arcanos. Há uma pessoa que tira as cartas: é o intérprete, isto é, o que vê e decifra o alfabeto. Desempenha apenas o papel de transformação, de mensageiro do destino e de decifrador, aplica sobre o que era escuro uma fresta de luz e torna as cartas luminosas, podendo a partir dessa compreensão traduzir a linguagem.
A Leitura
A leitura nos oferece oportunidades de participar de um novo renascer, pois a consciência e o auto-conhecimento são as chaves para a cura. Devemos visualizar o Universo como em permanente expansão, num eterno afã de destruir e recriar.
Nós, seres humanos, não somos inteiramente livres para escolher o nosso destino, nem pode a criatividade ser alcançada pela força de vontade. Pondo à parte o fato evidente de que o número de escolhas oferecidas a qualquer ser humano durante sua vida é limitado, também é claro que nossa vontade, nossa mente, nossos desejos, desempenham um papel mínimo nas opções, sejam elas quais forem. Nada é por acaso e a razão conta pouco.
Podemos aceitar o que Jung sugere: que nossa mente irracional não é suprema. E, encontrar meios para interagir com o mundo irracional do inconsciente, que buscamos compreender mais, desempenha uma fonte de vida nova para o crescimento do ser. Isso não significa que entrando em contato com o inconsciente, a través de quaisquer que sejam as formas, práticas ou ciências, estaremos evitando todos os pesos da vida terrena. Mas, o discernimento e a clareza do ser nos tornam mais livres quando começamos a crescer na direção da nossa identidade. Podemos, então, atrair e escolher mais sabiamente, através da percepção maior de nós mesmos, e aceitar as situações em que “aparentemente não temos escolha”.
“Benvindo ao Tarot, o jogo da vida. Benvindo a este inacreditável jogo no qual o objetivo é compreender tudo o que já foi e tudo que será. Jogar Tarot é aprender sobre a vida, aprender sobre a existência (origem e estrutura), passado, presente e futuro. Isto é feito através da contemplação das imagens e figuras com um olhar atento que dará ao jogador um profundo caminho para a realização espiritual.
O que é realização espiritual?. Tornar-se espiritualmente realizado é chegar ao completo entendimento do seu próprio ser, corpo, mente e espírito, fazendo um acordo com seu próprio destino. É começar a compreender tudo o que existe além das fronteiras de si mesmo. Quando se atinge o estado espiritual começa-se, como disse Joseph Campbell, a tornar-se um Yogue, colhendo através do seu interior um conhecimento erudito que transcende a maneira comum de pensar. Com este novo conhecimento, sua vida começa a mudar, o seu potencial se expande.
Pode-se alcançar a realização espiritual através de um jogo de cartas?.
Durante séculos os místicos responderam a esta questão com um sim. Você deve chegar à sua própria conclusão.”
4. COMO FUNCIONA
O Tarot funciona como um meio de auto-conhecimento. As cartas falam diretamente à nossa intuição, às forças inconscientes de nossa alma. A adivinhação não envolve apenas superstição ou mera leitura da sorte. Pelo contrário, ela é uma técnica psicológica excepcionalmente sutil, através da qual os segredos do inconsciente podem ser descobertos. Seus poderes extrasensoriais podem se tornar acessíveis e podemos obter orientação para as nossas vidas confusas e desordenadas.
O Tarot pode predizer o futuro?. Talvez. A verdadeira resposta, contudo, não pode ser fornecida de modo tão simples. Se reconhecermos, mesmo de forma inconsciente, que estamos constantemente moldando nosso futuro, segue-se então que, ao estabelecermos um contato maior com o nosso inconsciente, podemos vir a conhecer muito sobre o nosso futuro. O que é mais importante, podemos influenciar o nosso futuro e alterá-lo, tornando-nos, dessa forma, pelo menos até certo ponto, senhores do nosso destino. O tempo é um continum, não uma divisão, e penetramos frequentemente em seus mistérios quando percebemos o verdadeiro significado dos sinais materiais para os processos espirituais. As cartas do Tarot são janelas para os aposentos da alma. Por trás dessas janelas escondem-se as forças e as imagens do passado, do presente e do futuro. Dentro desses aposentos habitam os deuses e os demônios, imagens de sabedoria sagrada e representações de perigo e loucura.
Não há razão para temer o Tarot, a não ser que interpretemos a palavra medo no sentido de temer a Deus, o que na verdade significa reverência e aproximação com sagrada humildade.
Como Eliphas Levi escreveu há mais de cem anos: “O Tarot é um verdadeiro oráculo e responde a todas as perguntas possíveis. Essa roda (o Tarot) é a verdadeira chave para a arte da oratória e para a grande arte... É o verdadeiro segredo da transmutação das sombras em luz, é o primeiro e o mais importante de todos os ARCANOS do GRANDE TRABALHO”. Aqueles que trilharam, através dos séculos, o caminho da sabedoria e do conhecimento intuitivo lendo o antigo livro ilustrado de Thot concordariam em número e grau com Eliphas Levi no seu hino de louvor.
Como se efetua a escolha das cartas, a saída das imagens, que vão nos indicar as diferentes marcas energéticas e arquétipas que vão mostrar o momento em que a gente se encontra?. É a dobradiça entre o visível e o invisível, o conhecido e o desconhecido.
O consultante deve ver-se como um guerreiro e não como um receptor passivo de um destino já elaborado. Em todos os casos deve ser-lhe dada a oportunidade de aceitar sua vida como um desafio, e a consulta será principalmente a preparação para a guerra, incitação para a luta e estímulo para aguentar firme na linha-de-frente.
Nesse sentido, o Tarot é o espelho onde, a partir do presente, se refletem as influências do passado e se projetam as direções do que está por vir.
Como agem as cartas?. A resposta, até certo ponto, é fácil. Trata-se de uma concentração entre o visível (o homem) e o invisível (Deus, mestre de alfa e de ômega, do princípio e do fim, da vida e da morte, do nascimento e do renascimento).
Daí, o rito, as práticas invariáveis de caráter simbólico. Para se entrar em contato com o incomensurável é indispensável uma linguagem ritual. Deus fala por meio de sinais (etimologicamente, chama a atenção para). Esta é a razão porque, por exemplo, na religião católica, o sinal da cruz representa uma comunicação com Deus, que chama atenção para a cruz, que serve de ligação com o seu enviado, o Seu FILHO.
É impossível na realidade entrar em contato com Deus. Podemos orientar-nos em Sua direção e compreender Sua linguagem, que é a da luz. Para acontecer a comunicação, torna-se necessário um apoio: estar ligado à ação de transmitir, que significa entregar, mandar para o além. Na noite de Kali-Yuga, onde nos encontramos atualmente, vale mais o adepto estudar pessoalmente o Tarot do que depositar sua confiança em qualquer um. Contudo, nunca deverá esquecer que, quando tira cartas para si, deve aceitar seu veredicto. Se alguém deseja tirar o Tarot para si deve ser capaz de suportar a verdade, qualquer que ela seja.
Existem princípios muito simples:
Ø Qualquer carta tirada deve ser deixada em seu lugar.
Ø Não se deve tirar mais cartas do que as indicadas pelos jogos.
Ø Deve-se tirar o Tarot novamente depois de surgirem, ainda que parcialmente, os acontecimentos indicados, ou no período de pelo menos 21 dias.
Ø Nunca se deverá tirar o Tarot para aqueles que se dizem incrédulos, porque não passaria de um simples jogo.
Ø É indispensável a concentração do consulente e do consultante.
Ø No começo, deve-se anotar os resultados, verificando sua realização. Assim haverá a possibilidade de perceber os próprios progressos e a intuição e a percepção aumentarão.
Ø O Tarot deve ser sempre considerado um guia favorável. O que chamamos de “sorte”, para ele não é mais do que atraso. O que batizamos, espantados, de catástrofe é um progresso na vida espiritual e na libertação.
Ø Nunca se deve tirar o Tarot para outra pessoa se esta não formular um pedido claro.
Ø Aparelhos de som devem ser desligados; nenhum cigarro deverá ser aceso por ninguém.
Ø A concentração e a sinceridade são palavras chaves ao êxito da tiragem.
Ø Deve-se ficar bem certo de que cada apelo ao Tarot converge para as forças ligadas ao fôlego, e que estas são suportadas pelas 22 cartas maiores.
Como podemos desenvolver a habilidade adequada na adivinhação através do Tarot e, ao mesmo tempo, evitar as armadilhas da superstição?. Existem quatro requisitos básicos para a leitura adequada e segura:
1. Atitude adequada. A operação de adivinhar ou predizer é uma atividade séria, pois não invocamos os deuses em vão. Ao mesmo tempo, não se deve criar muita superstição em relação ao Tarot. O que importa é a resposta psicológica que as cartas despertarão. Não se deve ter frivolidades nem muita mitificação.
2. Conhecimento adequado referente ao significado das cartas. Não podemos fazer a “adivinhação”, a leitura, apenas olhando as cartas e fazendo livre associação. Temos que memorizar os significados básicos antes que possamos pretender utilizar o Tarot. É verdade que a adivinhação também inclui o uso do material inconsciente que vem de forma espontânea, à tona, na mente do consultante, porém este material deve servir para ampliar e não para substituir a arte de interpretar as cartas em termos de seu significado conhecido e reconhecido.
3. Talento natural para a imaginação “mágica”. Ela pode ser encontrada na maioria das pessoas, e seu crescimento dentro da psique individual pode ser cultivado. A imaginação mágica é simplesmente a habilidade de fazer com que a realidade subjetiva ou psíquica se relacione de modo significativo com os sinais materiais disponíveis. O Tarot, certamente, é um dos melhores meios de estimular esse dom. Quanto mais o estudamos e o utilizamos mais estamos aptos a cultivar essa importante faculdade.
4. Disposição de encarar os aspectos ocultos da própria psique. Este é, provavelmente, o mais importante dos princípios. Nenhuma pessoa que sofre de formas mais graves de neurose pode praticar qualquer arte oculta sem causar danos a si própria e aos outros. Os antigos possuíam um ditado que dizia: “num recipiente não preparado os deuses derramariam o seu vinho em vão”. Aqueles que possuem numerosos demônios escondidos na entrada da consciência poderão permitir que eles se manifestem nas suas personalidades quando estiverem envolvidos nas práticas das artes ocultas. Motivos mercenários são obstáculos poderosos, bem como o desejo de prestígio, pois eles tendem a liberar forças psicológicas desagradáveis e indesejáveis que confundem. Quando a arte do Tarot é interpretada por pessoas não habilitadas ou com intenções indignas, ela passa por uma degeneração, de forma que o que foi antes um templo transforma-se num mercado vulgar onde os ladrões buscam seu comércio sórdido e os vagabundos desperdiçam seu tempo. Não é sábio tentar os deuses. Somente quando nossas mentes não conseguem compreender os assuntos mais sérios da nossa vida, de forma que somente a orientação mais elevada pode nos esclarecer, é aconselhável recorrer ao Tarot. Somente aqueles temas que nem o bom senso e nem a razão podem resolver são os que realmente necessitam dessa faculdade de adivinhação da Alma.
5. OS ARCANOS
Como dissemos, o Tarot é composto de 78 cartas, configurando dois grupos de arcanos. Os arcanos maiores (22) são o coração do Tarot, a sua alma. Os arcanos menores (56) representam os quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Mesmo sendo muito importantes, os arcanos menores não podem atingir, formar ou simbolizar um acontecimento, ainda que possam indicar as suas tendências.
OS 22 ARCANOS MAIORES
Os arcanos maiores englobam três x sete + um (3x7+1) = 22 arcanos. Trata-se, portanto, do ternário, chamado pirâmide - figura de inúmeras interpretações esotéricas.
(0) O Louco
O Louco representa a ausência de todas as coisas, reais ou imaginadas, um ponto de referência (o ponto zero) a partir do qual todas as outras construções do Tarot se desenvolveram. Para se criar, por exemplo, a idéia do ser, deve existir de alguma forma a idéia do não-ser. A mente do Louco é vazia e, através desse vazio, ele é cheio de potencial para o conhecimento. É o homem submerso na matéria, que não conhece a si próprio e ignora a divindade do seu espírito, mas que, diante disso, pode começar a viagem para a libertação. Ao perceber a importância da sua caminhada, o homem deve aproveitar a oportunidade para criar. Ele vê o que há para ser visto, compreende o que há para ser compreendido e, no final, abre a sua mente para aceitar algo fresco, que começa.
(I) O Mago
O Mago simboliza a sabedoria e a sua força, o estado do homem em controle completo das suas faculdades e uma clara compreensão das naturezas da existência. É aquilo que guia o homem mediante o seu poder sobre o mundo material e que assinala uma nova realidade. Representa a fé no poder superior, no poder da vontade sobre os obstáculos. Representa a destreza (ter as ferramentas e saber como manejá-las para provocar mudanças) e a capacidade para transformar o próprio mundo e atingir o sucesso, mediante a perseverança e a tenacidade.
(II) A Sacerdotisa / A Papisa
Ela é a personificação das emoções, a “gnosis”, a Divina, a fonte intuitiva de toda a verdade. Simboliza a capacidade de intuição, o poder de escutar a voz do próprio Guia interior nos momentos de revelação. Requer seriedade e capacidade de estudar e conhecer, ordenadamente. Indica a necessidade de manter-se em silêncio, em quietude (física), ainda que em atividade (psíquica). É o espiritual feminino.
(III) A Imperatriz
A Imperatriz simboliza a fecundidade universal, a Mãe da Vida, a que gera a criação e o criador dos ouros (mundo material). Representa o controle das coisas terrenas, a harmonia com as forças da natureza, a sensualidade e o prazer dos sentidos, a saúde, o êxito em propósitos criadores, o princípio animador dos seres. Indica o envolvimento material das formas espirituais, a produtividade. É o feminino material.
(IV) O Imperador
O Imperador simboliza a energia criadora, a energia concentrada e abundante, o poder paternal. Representa o poder secular, a personificação do sol, o homem que domina a matéria. Indica “aquele que põe ordem” nas coisas, que tem coragem e determinação, vontade e poder de realização, a força dirigente da humanidade. É o masculino material.
(V) O Hierofante / O Papa
É o símbolo da fé, a luz da própria verdade e senso de justiça, o anjo guardião, a sabedoria, o poder oculto. É o mediador (ponte humana) do homem com Deus, entre o plano terreno e o infinito. Indica a autoridade, a racionalização do inconsciente, a inspiração e a transmissão de conhecimento. Representa a religião, a espiritualidade e a revelação. É o espiritual masculino.
(VI) Os Amantes
Esta carta simboliza a culminância da experiência humana, a união espiritual dos sexos e a realização que daí resulta; simboliza o amor humano em sua forma mais elevada. Representa a união, a beleza, a caridade, a atração universal. Pode indicar uma prova espiritual dos valores mais profundos, as escolhas e as alternativas entre o vício e a virtude.
(VII) A Carruagem / O Carro
O Carro simboliza o caminho, o movimento, a luz astral. Representa a superação das provas, o impulso e o entusiasmo, a capacidade de se desprender do passado, a busca de uma nova energia que se encarregue de mudar o presente, a luta do guerreiro, audaz e corajoso, em direção à vitória. Indica atenção e domínio, para manter firmes as rédeas.
(VIII) A Justiça
Esta carta simboliza a lei do retorno, a verdade, a autenticidade, a justiça divina. Representa a maturidade, a clareza, a consciência, o equilíbrio transitório entre a alma e o corpo. É a combinação da vontade e do esforço, numa proporção equilibrada que leva à ação. Indica a moderação e o espírito de intercâmbio.
(IX) O Eremita / O Ermitão
O Eremita simboliza a busca da verdade interior, o contato com as profundezas, a luz no caminho da sabedoria, através de uma energia concentrada e abundante, iluminando o caminho tanto para si como para os que buscam sua iluminação. Ele vê através de olhos não encobertos e livres do ego. Representa o espírito de circunspecção e o cultivo da paciência. Indica proteção e discreção em todas as coisas, prudência e cautela, com sabedoria.
(X) A Roda da Fortuna
Simboliza o destino, a eternidade, o ciclo da vida, a força que governa a realização da nossa existência diária. Representa o caminho pelo qual o homem tenta reconduzir o seu espírito à sua verdadeira morada. Indica mudanças, transição, e que novas situações (fracassos ou sucessos inesperados) requerem adaptabilidade, equilíbrio e atenção às oportunidades.
(XI) A Força
Esta carta simboliza a força cósmica, a vitalidade, a coragem, a luta e o controle espiritual das paixões materiais, a superação do instinto. Indica a capacidade para enfrentar a realidade, a liberdade, a auto-disciplina, a firme resolução, a consciência do próprio valor e a determinação no cumprimento dos deveres, sem vacilação.
(XII) O Pendurado
Esta carta simboliza aquele que se submeteu às forças inexoráveis da vida cósmica (e as consumou) e que, portanto, está na posição de um iniciado, com a consciência de que está atado. Ele está num estado reverso ao que é aceito como normal pelos padrões do mundo, pois está invertido; mas, mesmo assim, ele vê o mesmo que os outros, apenas de um outro ponto de vista. Indica muita observação, quietude, resgate, limpeza interna em busca da libertação, momento de troca da vida psíquica.
(XIII) A Morte
Simboliza a transformação, uma mudança radical e importante, a necessidade de destruir para em seguida criar, construir, regenerar. A carta da morte é, provavelmente, a mais mal compreendida de todas as cartas do Tarot, devido às conotações que adquiriu dos ciganos, que tomavam sua aparição, numa leitura, como um sinal literal da morte. O verdadeiro significado é a superação do velho dando lugar ao novo, o fim para permitir o recomeço, uma nova compreensão, para enfrentar novas tendências criativas.
(XIV) A Temperança
Simboliza a unificação, a comunhão ou participação no mundo espiritual, a renovação da energia interior, o contato com a vida universal. É a chave para o progresso físico e espiritual, a equilibrada eliminação dos motivos egoístas. Representa a moderação, a flexibilidade, a recompensa pela paciência. Temperança e força de espírito são praticamente sinônimas, uma não existindo sem a outra.
(XV) O Diabo
Simboliza a natureza física, terrena, da existência do homem e da mulher. Representa a descoberta da fonte de toda energia, a defrontação com o instinto, o desejo, a tentação, as ambições materiais. Indica magnetismo e poder físico, celebração da vida. Pode indicar também a dissolução de energia cósmica, dando um sinal de que não se deve tornar escravo dos bens materiais e de que as energias do instinto devem ser revistas, analisadas e bem utilizadas.
(XVI) A Torre
Simboliza a natureza transitória de todas as coisas materiais, a impermanência das entidades físicas, o desmoronamento da prisão terrena. Representa a quebra de segurança, a necessidade de coragem, para deixar morrer o que é velho e fazer o novo renascer das chamas, canalizando as energias para fins construtivos, com uma nova base sólida. Pode indicar perda ou retrocesso no plano material ou a afirmação da verdade universal de que tudo deve passar, especialmente as estruturas construídas pelo homem. Significa um batismo de fogo, a renovação da matéria morta pelo fogo divino.
(XVII) A Estrela
A Estrela simboliza a experiência da iluminação, da divindade, a gênese do crescimento e da expansão espiritual, o cosmos, o infinito, que vai além da compreensão humana. É o contato com a própria essência, o poder sensitivo, o começo do total entendimento, o abrir dos olhos. Indica esperança, fé, meios para renovar eternamente suas criações, renascimento, cura, novas (e boas) soluções para a vida.
(XVIII) A Lua
A Lua simboliza o reino das emoções, os sentimentos, o encantamento, a intuição e todas as atividades da mente que não fazem parte do pensamento convencional. A luz que emana da lua até nós nos alcança por um caminho indireto (o reflexo das energias do sol), mas é luz verdadeira, assim como as experiências indicadas por esta carta. É o arquétipo feminino, da passividade, da ilusão. Indica atenção à intuição, com atividade, busca do auto-conhecimento e da auto-confiança.
(XIX) O Sol
Simboliza o conhecimento cósmico, o que dá energia vital, o que ilumina tudo ao seu redor. Representa o entrosamento divino entre o físico, o mental e o espiritual, o despertar do espírito. Indica crescimento, prosperidade, criatividade, força vital, felicidade, união, saúde, abundância, discernimento, fraternidade.
(XX) O Julgamento / O Juízo
Esta carta simboliza o resultado final do processo de crescimento, o despertar da consciência, o renascimento espiritual que se segue à inevitável superação do eu. Representa a revelação, o fim e o começo, o conhecimento adquirido através da percepção, a compreensão da própria natureza infinita. Indica resolução e decisão, e certeza de que se está entrando num novo ciclo de conhecimento da vida, num sentido de ser cósmico que vai muito além da natureza pessoal.
(XXI) O Mundo / O Universo
Simboliza a totalidade, a integralidade, a transmutação, o equilíbrio do corpo com a mente e as emoções; simboliza todas as coisas alcançáveis no plano terreno. Representa realização e domínio das situações, que exige comunhão entre todos os seres, humanos e animais, e a natureza. Indica recompensa, êxito, imaginação criativa, perfeição através da persistência. Indica que é o momento certo para iniciar algum grande novo “empreendimento”.
“Cada carta é, em certo sentido, um ser vivo, e as suas relações com as cartas vizinhas são o que se poderia chamar de relações diplomáticas. É tarefa do estudioso erigir com estas pedras vivas o seu templo vivo.” (Allister Crowley, The book of Tarot).
Há muitas interpretações possíveis das cartas do Tarot. Aí vão algumas:
1. Caminho da Salvação (modo gnóstico)
“Como mostrou A. Douglas, deve-se interpretrar a série de arcanos maiores como uma ilustração das doutrinas gnósticas. O homem prisioneiro no seu corpo ignora a divindade do seu espírito (o Louco), pelo que um mensageiro da esfera superior lhe demonstra a existência de uma realidade mais profunda mediante o seu domínio no plano material (o Mago). Seguindo este guia, o homem tem que desafiar os poderes mundanos (Sacerdotisa, Imperatriz, Imperador, Papa) fazendo frente aos desafios e provações cotidianas (os Amantes) para as superar (o Carro); consegue, assim, um estado de maturidade e equilíbrio (a Justiça) que permite que aquele que procura (o Eremita) dê uma volta no seu interior (Roda da Fortuna). Deste modo, consegue dominar as paixões (a Força) e inverter os valores cotidianos num sacrifício do inferior pelo superior (o Pendurado), para sublimar o seu ser mortal (a Morte) e pôr-se em contato com a energia renovadora Universal (a Temperança). Isto o habilita para enfrentar o demônio (o Diabo) e sobrevem então o derrube da prisão terrena (a Torre), de modo que seu espírito pode atravessar as esferas celestes (Estrela, Lua, Sol), a fim de experimentar o renascimento (o Julgamento) e fundir-se finalmente com a alma do mundo (o Mundo).”
0 – O Louco. O homem submerso na matéria ignora a divindade do seu espírito. É o homem que não conhece a si próprio, ao começar a viagem para a libertação.
1 (I) – O Mago. Aquilo que guia o homem mediante o seu poder sobre o mundo material e que assinala uma nova realidade.
2 (II) – A Sacerdotisa: A “gnosis”, a divina, fonte intuitiva de toda a verdade. O Espiritual Feminino.
3 (III) – A Imperatriz: a natureza no seu esplendor material. O Feminino Material.
4 (IV) – O Imperador: o poder secular. O homem que domina a matéria. O Masculino Material.
5 (V) – O Sacerdote: a instituição religiosa, a revelação. O Espiritual Masculino.
6 (VI) – Os Amantes: provas, escolhas. A alternativa entre o vício e a virtude.
7 (VII) – O Carro: a superação das provas.
8 (VIII) – A Justiça: maturidade, equilíbrio transitório entre a alma e o corpo.
9 (IX) – O Eremita: busca da luz interior, caminho da sabedoria.
10 (X) – A Roda da Fortuna: caminho pelo qual o homem tenta reconduzir o seu espírito a sua verdadeira morada. Experiência da temporalidade como luta.
11 (XI) – A Força: luta e controle espiritual das paixões materiais. Superação do instinto.
12 (XII) – O Pendurado: inversão da ordem usual, sacrifício do inferior pelo superior.
13 (XIII) – A Morte: transformação do eu moribundo, morte do homem carnal e renascimento no espiritual. Vestígio da imortalidade.
14 (XIV) – A Temperança: comunhão ou participação no mundo espiritual. Renovação da energia interior. Contato com a vida universal.
15 (XV) – O Diabo: defrontação com o demiurgo, descoberta da fonte de toda energia.
16 (XVI) – A Torre: desmoronamento da prisão terrena. Primeira forma de iluminação.
17 (XVII) – A Estrela: experiência da divindade do espírito como guia através das esferas celestiais.
18 (XVIII) – A Lua: a passagem pelas portas da vida e da morte. Transcendência da forma material. O âmbito lunar.
19 (XIX) – O Sol: o despertar da luz espiritual, o sol que brilha para além da morte.
20 (XX) – O Juízo: renascimento espiritual. Despertar do largo sonho da morte e encontro com a imortalidade.
21 (XXI) – O Mundo: união mística com a “anima mundi”, centro do universo.
2. Processo de Individuação (modo psíquico)
0 – O Louco: É o indivíduo que carece de consciência de si como pessoa. Imersão nas dobras do inconsciente, fase prévia do desenvolvimento da consciência.
1 (I) – O Mago: Constituição da consciência a partir do inconsciente. Direção das forças elementares. Os sentidos.
2 (II) – A Sacerdotisa: Primeira função psíquica. O elemento feminino na alma do homem.
3 (III) – A Imperatriz: Segunda função psíquica: sentimento. O trabalho e a criação física, a mãe. Imagem materna.
4 (IV) – O Imperador: Terceira função psíquica: Percepção. A disciplina e o poder material, o pai. Imagem paterna.
5 (V) – O Sacerdote: Quarta função psíquica: Pensamento. O elemento masculino na alma da mulher.
6 (VI) – Os Amantes: Complexo de Édipo: Eleição de um novo objeto de desejo, mas, para além dos pais. Afirmação pessoal.
7 (VII) – O Carro: Formação da pessoa como “máscara”: Veículo social, destino da alma.
8 (VIII) – A Justiça: Exigência de restabelecer o equilíbrio entre o ego e o inconsciente. A voz da consciência.
9 (IX) – O Eremita: Introversão. Crises de vontade a favor do mundo interior.
10 (X) – A Roda da Fortuna: Primeiro vislumbre do “eu” interior. Manifestação dos elementos inconscientes, mas para além do princípio da consciência.
11 (XI) – A Força: O inconsciente controlado pela consciência . O começo do processo de sublimação.
12 (XII) – O Pendurado: Descida ao inconsciente. Primeiro sacrifício do ego aos valores e regras externos.
13 (XIII) – A Morte: Superação da perspectiva egocêntrica a favor da egotranscendente. Experiência da morte do ego e a potência do Eu superior.
14 (XIV) – A Temperança: Aquisição de um novo centro da personalidade, que restabeleceu o equilíbrio entre o consciente e o inconsciente.
15 (XV) – O Diabo: A libido na sua potência primária. A energia do “eu” inferior. O abismo da dissolução no inconsciente coletivo.
16 (XVI) – A Torre: Dissolução do ego. Eliminação de bloqueios e defesas que “escoam” das pessoas.
17 (XVII) – A Estrela: Primeiro resplendor do “ser próprio” restabelecido o equilíbrio do consciente e do inconsciente.
18 (XVIII) – A Lua: Recaída dos sentidos e aceitação da força não racional . Aspecto lunar da personalidade.
19 (XIX) – O Sol: Primeira forma da totalidade psíquica em que o Eu e a sua sombra se unem. Os opostos irmanados.
20 (XX) – O Juízo (Julgamento): Plena integração dos elementos da psique. Identificação dos contrários na unidade mais ampla.
21 (XXI) – O Mundo: O “ser próprio”. A psique expande-se até os confins do universo da totalidade psíquica, ao qual se une por dentro e por fora.
Ordenamento da série por pares
As sutis analogias entre as duas leituras acima indicam uma estrutura latente de grande importância. Esta mesma estrutura traduz-se no ordenamento da série por pares:
1. O Louco / O Mago: Hermafrodita ou andrógino; indiferenciado.
2. A Sacerdotisa / A Imperatriz: Força feminina lunar e solar.
3. O Imperador / O Sacerdote: Força masculina solar e lunar.
4. Os Amantes / O Carro: Prova, superação.
5. A Justiça / O Eremita: Justiça, prudência, procura interior.
6. A Roda da Fortuna – A Força: Tensão entre o interior e o exterior, o superior e o inferior. Evolução e sublimação.
7. O Pendurado / A Morte: Sacrifício, renascimento, cancelamento de um ciclo e início de outro.
8. A Temperança / O Diabo: Energia nas suas duas formas: harmônica e desordenada. A libido.
9. A Torre / A Estrela: Iluminação, destruição e libertação.
10. A Lua / O Sol: Vias úmida e seca. Dois aspectos da unidade primitiva.
11. O Juízo / O Mundo: Renascimento, unificação. Um por todos, todos por um.
3. Interpretação Contemporânea
0 - O Louco: Regresso, infinito, “hippie” cósmico. Anarquia, liberdade, existencialismo, irracionalidade, indisciplina. O desapego está em todos os lugares e em nenhum. O caminhante, a condição humana. O BUSCADOR.
1 (I) – O Mago: Fé no poder superior, trabalho, começo, vontade e destreza, sucesso mediante a perseverança, poder da vontade sobre os obstáculos, transformação, inteligência, introdução de algo novo.
2 (II) – A Sacerdotisa: Serenidade, sabedoria, estudo, ciência, a musa junguiana, revelação através de estudos, sistema de trabalho ordenado, manter-se em silêncio, intuição, o receptor divino, fisicamente quieta, psiquicamente ativa na oração.
3 (III) – Imperatriz: Fecundidade, mãe natureza, saúde, êxito em propósitos criadores, princípio animador dos seres, envolvimento material das formas espirituais, produtividade, proteção.
4 (IV) – O Imperador: Realização dos atos, o pai, dominação sobre a matéria, vontade, poder, energia criadora, estudos ocultos, tendência sexual bem dirigida, energia concentrada e abundante, conclusão de trabalho, benefício, desenvolvimento, potência, ajuda sumamente benéfica.
5 (V) – O Papa: Mediador, ponte do homem com Deus, religião, fé, anjo guardião, sabedoria, poder oculto, racionalização do inconsciente, inspiração, proteção, transmissor de conhecimento.
6 (VI) – Os Amantes: Beleza, amor, caridade, atração universal, união amorosa, prova emocional e espiritual, decisão amorosa e emocional, dois caminhos, exame a fundo dos valores emocionais. Dualidade.
7 (VII) – O Carro: Movimento, luz astral, mediação, o guerreiro audaz e corajoso, vitória, valor, entusiasmo, luta com sinal de triunfo, manter firme as rédeas. Aplicação dos poderes mentais e físicos, atenção.
8 (VIII) – A Justiça: Lei do retorno, verdade, busca do equilíbrio, justiça divina, sem vendas nos olhos, tudo o que exige trabalho e esforço. Moderação, ajustamento do ser.
9 (IX) – O Eremita: Cultivo da paciência, sabedoria, circunspecção, proteção, busca da verdade, prudência e cautela. Discreção em todas as coisas. Tempo para planejar, Luz que guia o Iniciado, Mestre Tântrico, energia concentrada e abundante, contato com as profundezas.
10 (X) – A Roda da Fortuna: Destino, símbolo da eternidade, lei do karma (resultado do que cultiva), êxito, força de vontade. Força em movimento, novas situações requerem adaptabilidade, trocas, sucessos inesperados acontecem, novas oportunidades exigem cautela.
11 (XI) – A Força: Força do cosmos, vitalidade, vigor, coragem, poder espiritual, força mágica, enfrentar a realidade clarifica as influências nebulosas, auto-disciplina, êxito, liberdade, firme resolução, abertura de caminho.
12 (XII) – O Pendurado: Iniciação, consciência de que se está atado, muita observação, auto-sacrifício, resgate, limpeza interna, ponto de troca da vida psíquica, intuição, primeiro passo para a libertação.
13 (XIII) – A Morte: Transformação, regeneração, troca, mudança radical, destrói e cria, novas tendências criativas, fim, começo. Traz sintomas.
14 (XIV) – A Temperança: Unificação, resolução, flexibilidade, troca de fluidos, operação alquímica, paciência, moderação, direção da energia, regeneração, reação do espírito sobre a matéria.
15 (XV) – O Diabo: Busca de identidade, tentação, desejo, ambições materiais, magnetismo, poder, instinto precisando ser revisto, analisado. Pode ser dissolução de energia cósmica. Estar alerta.
16 (XVI) – A Torre: Casa de Deus, batismo de fogo, quebra das couraças, necessidade de coragem, modificação dos conflitos interiores, energias criativas aplicadas, catarse. O velho morre e o novo renasce das chamas, a renovação da matéria morta pelo fogo divino.
17 (XVII) – A Estrela: Esperança, verdade, fé, natureza, naturismo, renascimento, cura, alegrias, nova promessa de vida, meios para renovar eternamente suas criações depois da destruição, sensualidade sutil, limpeza.
18 (XVIII) – A Lua: Arquétipo feminino, intuição, emoção, flutuação, risco de desilusão, ilusão, passividade, ”inimigos ocultos”, “a escuridão que antecede a aurora”.
19 (XIX) – O Sol: Felicidade, união, alegria, luz, círculo de amor que protege, despertar do espírito, fluidos criadores, triunfo, saúde, abundância, irradiação da luz. Ilumina tudo em volta. Discernimento. Fraternidade.
20 (XX) – Juízo (Julgamento): Lucidez, percepção, clareza, confiança na intuição. Fim/começo, revelação, resolução, resultado final.
21 (XXI) – O Mundo: Transmutação, êxito, logro, recompensa, perfeição através da persistência, integração e integralidade, começo de um novo ciclo, glória. Totalidade.
“Os arcanos maiores representam as imagens primordiais ou os arquétipos, dentro do inconsciente coletivo”. (Sallie Nichols)
“Aquele que tem que começar uma jornada muito cedo, deve levantar-se ao amanhecer, olhar cuidadosamente para o leste, e, então, perceberá certos sinais que lembram letras que atravessam o céu e surgem acima do horizonte. Essas formas cintilantes são o esboço das letras com as quais Deus criou o céu e a terra”.
(O Zohar)
“Os domínios dos mistérios prometem as mais belas experiências”. (Einstein)
“O Tarot é uma máquina verdadeiramente filosófica, que evita que a mente devaneie. Ao mesmo tempo em que deixa a sua iniciativa em liberdade, ele é a matemática aplicada ao absoluto, aliança do positivo com o ideal, uma loteria de pensamentos tão exatos como o número, talvez a mais simples e mais grandiosa concepção do gênio humano... Se uma pessoa que estivesse encarcerada sem nenhum outro livro além do Tarot soubesse como utilizá-lo, poderia, aos poucos, adquirir conhecimento universal e seria capaz de falar a respeito de todos os assuntos com inigualável cultura e com inesgotável eloquência”. (Eliphas Levi)
OS 56 ARCANOS MENORES
Os arcanos menores representam os quatro elementos da natureza - água, terra, fogo e ar - e indicam as tendências dos acontecimentos.
Água - Emoção, amor, sentimento ð Copas
Terra - Matéria, realizações ð Ouros
Fogo - Ação, criação, energia, vontade ð Paus (Bastos)
Ar - Comunicação, intelecto, desafios ð Espadas
As figuras (as Cartas da Corte) representam:
O Rei equivale ao homem, o criador ativo.
A Dama, a mulher e o amor.
O Cavaleiro, os jovens, as rivalidades.
O Valete (Pajem), simboliza o neutro, a transição.
Cavaleiro
¯
Oposição
Rei Dama
¯ ¯
Positivo (Yang) Negativo (Yin)
Valete (Pajem)
¯
Neutro
Os números simbolizam:
1 (Ás) princípio
2 (Dois) oposição do princípio
3 (Três) equilíbrio
4 (Quatro) princípio
5 (Cinco) oposição da oposição
6 (Seis) equilíbrio
7 (Sete) princípio
8 (Oito) oposição do equilíbrio
9 (Nove) equilíbrio
10 (Dez) indeterminado
Vamos conhecer, então, os Arcanos Menores.
Bastos (Paus): Fogo, a varinha mágica, representa o poder,
o querer, empresas, a criação, ação, criatividade.
Rei de Bastos: Poder adquirido pelo mérito e pelo trabalho. Homem viril, realizador.
Dama de Bastos: Simboliza nascimento em posição de elevada proteção, energia criativa mental, êxito, vontade, coragem, estudos mentais, intuição objetiva.
Cavaleiro de Bastos: Altas empresas, estudos, caminhos elevados, preparação para um grande momento, esforço, viagem.
Valete (Pajem) de Bastos: Notícias, é importante se elevar de posição, se preparar para crescer.
10 de Bastos: Várias atividades pessoais, iniciativa, viagens, prosperidade, êxito, reputação pelas artes e ciências, recompensa e mérito, coisas que trazem alegria e segurança.
9 de Bastos: Atrasos, demoras, coisas para receber, empreendimentos científicos misteriosos que requerem prudência para os realizar com êxitos, nascimento de uma idéia construtiva, iluminação.
8 de Bastos: Confiança em si mesmo. O campo, a agricultura, bens, alegria tranquila, felicidade, coisas que podem trazer discussões mas com um bom final, revoluções, novas influências em trabalho.
7 de Bastos: Dúvidas, conversações, comércio, correspondência, empresas que trazem lucros. É o sinal da matéria com a inteligência, um presságio de triunfo e êxito. Proteção do perigo, confiança em seu próprio juízo, entusiasmo.
6 de Bastos: Energia concentrada, necessidade de controle, busca de moderação, embaraços, indecisão, necessidade de firmeza e perseverança, busca de equilíbrio entre o prazer e o prático. Música.
5 de Bastos: Circunstâncias favoráveis ao êxito, atenção à serenidade, opulência e abundância, fé. Teatro.
4 de Bastos: Realização de empreendimentos, resultados concretos, êxito, associação, reunião, ascenção no trabalho, força de vontade.
3 de Bastos: Inovações felizes, espírito inventivo, bom começo, descobrimentos e esforços, êxitos em assuntos legais.
2 de Bastos: Obstáculos resolvidos com análise, vigília constante de seus interesses, cultivo de hábitos pessoais; pode indicar melancolia e depressão.
1 de Bastos: Inteligência criadora, êxito, trabalhos úteis, dinheiro, criatividade, tendências científicas.
Copas: Água, poder, emoção, criatividade, artes em geral,
o ensino, inspiração, fecundidade.
Rei de Copas: Sinal de amizade sincera, benevolência, homem de posição, honestidade, justiça, amor (para mulher), encontro, casamento.
Dama de Copas: Amizade de boa posição com mulheres; para homens, encontros. Representa a mulher virtuosa e amante.
Cavaleiro de Copas: Propostas, convites, viagem, aproximação, acolhimento. O cavaleiro sedutor e apaixonado.
Valete (Pajem) de Copas: Expressa trabalho criativo, reflexão, observação, chegada de um amigo.
10 de Copas: Satisfação, prazer, regozijo, vida feliz com amigos, carinho, alegria, êxito no amor.
9 de Copas: Forte desejo de afeto, amor pela humanidade, prudência nos desejos, amores estranhos, união com pessoas mais velhas, triunfo, prosperidade, lealdade, amor espiritual baseado na cooperação. As esperanças se realizarão.
8 de Copas: Paixão violenta, luxúria, relações ocultas, perigo de sedução, possessividade no amor, precauções em assuntos afetivos.
7 de Copas: Troca de casa, com alegria, veracidade, verdade revelada, felicidade, ajudas femininas, entendimento, profundo sentimento de contentamento. Inspiração para experiências psíquicas, reflexão da alma, espiritualidade.
6 de Copas: Magnetismo pessoal, novas relações, novos meios, plenitude de desejo, o passado atuando no presente, várias uniões ao mesmo tempo. Representa o casal.
5 de Copas: Benefícios de influências ocultas, realização de um sonho, responsabilidade, reconfortante experiência psíquica, questões amorosas, ganhos. Firme afeto.
4 de Copas: Aumento da família, aproximação de uma grande alegria, amor durável e sólido, realização de esperanças, amizades, prazer em atividades em grupo, intuição emocional, fortes emoções.
3 de Copas: Novos afetos, ternura, poesia, vitória, alívio, descobrimento e esforços, novos horizontes, conclusão, ciência, êxito, cura. Sonhos proféticos, tendências artísticas, revelação psíquica.
2 de Copas: Paixão forte, atração, amor, concórdia, união, casamento, revelação, demonstração afetuosa, métodos científicos.
1 de Copas: Grande amor, fartura, nutrição, comemorações, perseverança e coragem, assiduidade, disposição e ânimo.
Espadas: Ar, movimento, disciplina, receptividade, vivacidade,
desafios, trabalho mental, relacionamentos, obstáculos.
Rei de Espadas: Pessoa energética, dedicada a estudos que requerem disciplina, representa o homem de luta, a autoridade.
Dama de Espadas: Percepção, habilidade, observação, confiança e justiça. Momentos difíceis, batalhas, finalização de lutas.
Cavaleiro de Espadas: Críticas, agressão, calúnia, oposição, resistência, perigo de luta com inimigos ocultos, dificuldade.
Valete (Pajem) de Espadas: O espião, vigilância, traição. Necessidade de muita prudência nos relacionamentos.
10 de Espadas: Tristeza, desolação, perda, luto, lutas, lágrimas, aflição. Luta que conduz à mudança.
9 de Espadas: Energia desgastada, prudência e discreção para vencer os obstáculos, lutas (doença), atrasos, decepções.
8 de Espadas: Perda de progresso, ansiedade, desgosto, conflitos, críticas, posição duvidosa, má idéia, más notícias. Lições a aprender
7 de Espadas: Vitória por meio de duro trabalho, perda de posição, necessidade de discernimento, preocupações. Equilíbrio na oposição.
6 de Espadas: Tentações, falta de firmeza e de iniciativa, necessidade de controle da couraça, firmeza em assuntos do coração, dissipação, energias dispersas.
5 de Espadas: Fracasso, aflição, traição, malícia, desperdício, falsidade, perda, roubo, engano. A fé rompe os obstáculos.
4 de Espadas: Paciência recompensada, determinação, segurança, convalescência, afastamento da vida social. Lenta mas segura subida.
3 de Espadas: Controvérsias, lutas, confusões, atraso, antipatia, rupturas, ausência, solidão, alerta para não se envolver em maus negócios.
2 de Espadas: Proteção contra as dificuldades, rivalidades, lutas que trazem sinal de vitória, atração, afabilidade, ternura, benevolência, obstáculos vencidos por amor, força, responsabilidade.
1 de Espadas: Grandes lutas que conduzem à vitória, êxito, paixão forte, esforços recompensados, nascimento de ideais, coragem, energia para vencer os obstáculos.
Ouros: Terra, calor, bens materiais, comércio, parte da segurança,
conquista.
Rei de Ouros: Proteção, ascensão, abundância, ação, interesses práticos. Toque de Midas.
Dama de Ouros: Mulher em posição elevada, união feliz e fértil, expressa segurança, liberdade, riqueza, momento fértil.
Cavaleiro de Ouros: Êxitos depois de lutas, empenho, perseverança, aplicações práticas, atividade positiva. Tranquilidade, paz e prosperidade. Pessoa útil.
Valete (Pajem) de Ouros: Notícias favoráveis sobre dinheiro, atividades, persistência, generosidade, trabalho, dedicação. Representa um jovem trabalhador.
10 de Ouros: Dar e receber reciprocamente, êxito em terras, em casas, aquisição de bens por trabalho, alegria familiar, retribuição, bens seguros.
9 de Ouros: Certeza, êxito, possibilidade de ganhos inesperados, realização e segurança.
8 de Ouros: Habilidade prática, astúcia, avareza, risco de dificuldades, obstáculos financeiros, inconstância, litígios. Cautela.
7 de Ouros: Intuição, esforço pessoal, fortuna, riqueza, bens, energia mental dirigida, experiência de percepção extrasensorial.
6 de Ouros: Filantropia, generosidade, desejos e esperanças, presentes, interesses em assuntos mundanos. Prudência.
5 de Ouros: Prodigalidade, boas idéias, altos empreendimentos, inspirações na escrita, bons pensamentos, estudos para êxito futuro.
4 de Ouros: Situações mecânicas e elétricas, originalidade, fortuna estável, expressa generosidade e recompensa, nova via de realização, engenhosidade. Organização conduz ao benefício.
3 de Ouros: Habilidade nos negócios, genialidade no trabalho, renome, nascimento, construção, nobreza, grandeza de alma. Cuidado com interesses dispersos.
2 de Ouros: Mudanças, trocas, notícias, comunicações, sociedade produtiva, independência, recompensa mediante esforço.
1 de Ouros: Abundância, honra, fortuna, alegria, felicidade, segurança, estabilidade, felizes momentos, fertilidade, amor pelo estudo, versátil talento. Estrutura mental feliz.
6. COMO UTILIZAR O TAROT
O uso do TAROT como instrumento não tem restrições, pode-se consultar todo o tipo de questão. Tem um ponto prioritário: O PRESENTE.
Uma vez que o “Presente ” está claro, e o “Passado” ligado a ele, o “Futuro” aparece como um quebra-luz no qual se projetam os raios já manifestos. Este fato surpreendente o homem comum, é uma evidência para qualquer psicanalista e muito mais para os magos e poetas, e não quer dizer que o futuro esteja totalmente pré-determinado, ou seja, apenas uma possibilidade entre várias.
E mais. Por muitas vezes, o futuro é para o homem comum a total impossibilidade. Neste assunto, em que a metafísica espreita por todos os cantos, a resposta reside na VISÃO e não na PREVISÃO, no que é, mais do que no será.
O papel do adivinho é o de intermediário especial: o de espelho que reflete perante o consulente o verdadeiro rosto, o rosto que quase todos os homens temem e protelam ver, e cujo conhecimento é o trampolim que permite saltar, como é necessário para continuar a viver e, paralelamente, evoluir.
Adivinhar é mais do que predizer. Adivinha-se não só o futuro mas o presente, passado, o interior, o exterior, o temor, o sonho, o medo e o caminho. Não se trata de explicar, mas de testemunhar. Mãos à obra!
O Tarot é uma ferramenta para penetrar o inconsciente, desvendar, trazer à tona as tensões mais latentes. A compreensão, o encontro com a realidade, trazem um reforço de vitalidade e uma regularização de energia: ”a compreensão do momento!”
“A Adivinhação”: informação sutil vinda do desconhecido, informação hábil vinda do ego. Seja ela espontânea ou envolta em um dispositivo técnico, a operação adivinhatória sempre tem um caráter religioso (“religare”; ligar à). Ela liga o operador à ordem universal. A noite favorece a comunicação.
“O universo da adivinhação é multiforme e complexo, enigmático e desconcertante. Todavia, ele é um e sempre o mesmo porque, em seu ato, a mesma energia tomará o homem e o desvendará para reconduzi-lo à vida em si , mostrando o semblante da realidade.” (Chazal)
A importância de se manipular as cartas para poder traduzi-las:
Antes de se iniciar a leitura, é importante manipular as cartas para poder traduzi-las e colocar sempre os arcanos em ordem. Quem está se consultando embaralha as cartas várias vezes, no mínimo dez.
O momento da consulta é muito importante, tudo deve estar bem claro e tranquilo, sendo necessárias a atenção, a concentração e a intenção. A criatividade e a fé de cada um podem ser manifestadas com orações, incensos, velas, e água, etc. É bom ter os quatro elementos (fogo, terra, ar e água) presentes no momento da consulta.
“Os que obedecem a Deus e ao Mensageiro juntar-se-ão aos agraciados de Deus: os profetas, os justos, os mártires, os homens de bem. E que companheiros! Tal é a generosidade de Deus. Basta-vos a Sua ciência”
(Alcorão - Sura 4, 69-70)
é Métodos de Leitura
Existem inúmeros métodos. Não existem os “melhores”, porque o valor real da leitura está em quem está lendo, e não em determinadas técnicas. No caso do TAROT, como no de qualquer área criativa, os elementos improvisação e criatividade valem muito. Pode-se usar o método que se quiser!
Vou dar três exemplos que considero bem claros: Radiografia da alma,
Jogada astrológica, Chakras.
v RADIOGRAFIA DA ALMA
Utilizam-se 10 cartas (Arcanos Maiores)
1- Significadora geral do momento
2- No que o momento vai se transformar
3- Terra, questões materiais: saúde, trabalho e o consciente
4- Água: emoções, alma e plano sentimental.
5- Fogo: possibilidades, energia vital. Meios
6- Ar: comunicações, relacionamentos
7- O que predomina na mente do consultante
8- Força espiritual que rege o momento.
9- Esperança do futuro próximo.
10- Síntese, resultado geral da radiografia.
1
2
7
4
8
5
6
9
3
10
v JOGADA ASTROLÓGICA
Utilizam-se 12 cartas, que representam as casas astrológicas.
1- Chama-se ascendente: vida, vitalidade, energia pessoal
2- Segurança na terra: refere-se a bens, posses, a casa.
3- Ambiente: irmãos, vida cotidiana.
4- Raízes: família, pais. Fundo do céu.
5- Criatividade: vida afetiva, prazeres, jogos e filhos.
6- Serviço: trabalho(emprego), saúde.
7- Relações com o outro: par, sócios, casamento
8- O oculto, o inconsciente, a morte, mistério, aquilo que fica mais além.
9- Busca espiritual, caminhos elevados, viagens.
10- Vida profissional, status, ambicões, ação social
11- Amigos: relações pessoais, a comunidade em que vive.
12- Karma: isto é, a tarefa a cumprir, através das experiências das outras onze cartas. É a mais importante, e de alto nível. Indica a atitude a tomar e o problema básico a resolver. É a chave do jogo.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
v CHAKRAS
Utilizam-se trezes cartas.
No centro elas se distribuem em correspondência aos sete Chakras.
1- Inconsciente (alma), glândula pineal - Lilás
2- Subconsciente (rosto, olhos, ouvidos, cérebro) - Azul índigo
3- O que fala (garganta, laringe, faringe, tireóide) - Azul celeste
4- O que sente (coração, pulmão, brônquios) - Verde
5- O que metaboliza (estômago, baço, fígado) - Amarelo
6- O que filtra (rins, bexiga, uretra, intestino) - Laranja
7- O que realiza (energia sexual, órgãos genitais) – Vermelho
1
2
1
1
3
2
2
4 Espiritual Material
1 - Passado 1 - Passado
2 - Presente 2 - Presente
3
3
5 3 - Futuro 3 - Futuro
6
7
“Se te desmentirem, também outros mensageiros antes de ti trouxeram as provas e os salmos e o livro sagrado luminoso e foram desmentidos”
(Alcorão) Sura 3,184
AGRADECIMENTOS
A Isabel Minas e a Ingrid Minas, por terem me ajudado na digitação, com paciência e inspiração.
A Suzana Cruz, pela sua acolhida generosa, estímulo e apoio geral.
A Angela Tonini, pelo incentivo ao trabalho, dedicação e amizade na digitação, revisão e edição desta apostila.
Regina Minas
Visconde de Mauá / RJ - Tel: (24) 9915-3820
Rio de Janeiro - Tel: (21) 274-6707
BIBLIOGRAFIA
· Tarot de Marseille – edite en 1761 (Heron) par Nicolas Conver, Paris
· Tarot Egipcio – Editora Sol Nascente
· El Tarot Explicado – Paul Huson – Ed. Kier, Buenos Aires
· La Cabala Mística – Dion Fortuna – Ed. Kier, Buenos Aires
· La Cabala de Prediccion – J. Iglesias Janeiro – Ed. Kier, Buenos Aires
· O Tarot dos Salmos – Regina Moraes – Ed. Nova Era
· O Tarot – Tereza de Mello – Ed. Guerra, Lisboa
· Mircea Eliade -“Imagens e Símbolos”
· The book of Thoth – Alister Crowley
· Vida e Mistério dos Números – François Xavier Chaboche – Ed. Hemos
· Cartas e Destino – Hadés – Flamarion, Lisboa
· El Tarot – Mouni Sadhu – Ed. Kier, Buenos Aires
· Os Arcanos Maiores do Tarô – G.O. Mebes – Ed. Pensamento
· História da Magia – Eliphas Levi 1924 – Ed. Pensamento
· Osho Zen Tarot – Ma Deva Padma, Ma Deva Sarito, Ma Deva Sandipa
· Os Arcanos Maiores do Tarô e a Cabala – Stephan A. Hoeller
· As Cartas do caminho sagrado – Jamie Sams
· Jung e o Tarô – Sallie Nichols – Ed. Cutrix
· Hanson-Roberts – Tarot Deck by Mary Hanson – U.S Game Systems – U.S.A.
· Tarot of the Spirit – Pamela Eakin, Ph.D scribe
· Matherpeace Round Tarot – U.S Gamer systems U.S.A.
· Le Tarot Tzigane – Baptiste Paul Grimand, Paris
· Legrand Etteilla – Grimand, France
· Tarot Egípcios – Ed. Kier, Argentina
· I Tarocchi Thoth – Di Aleister Crowley
· Tarô - Zipak Livraria (o jogo milenar de adivinhação e profecia)
· Tarot – Morgan Greer – N.Y.
· Tarot – Oswald White – N.Y.