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ESPELHO DA ALMA*LINGUAGEM DA LUZ

terça-feira, 27 de março de 2012



Discípulas da deusa Vesta

Em Roma, as discípulas da deusa Vesta tinham de manter a castidade e zelar para que o fogo que protegia as famílias da cidade não apagasse jamais.

No sossego de suas casas, ocupados com as tarefas do cotidiano, os romanos viviam protegidos por uma chama que não podia se apagar. O fogo queimava em uma pira protegida pelas paredes do templo da deusa Vesta, no monte Palatino. Eles não imaginavam como a labareda, que homenageava a divindade encarregada de zelar pela união das famílias da Roma antiga, era mantida acesa. O mistério da chama só era conhecido por poucas pessoas. Em particular por moças abastadas, filhas de família de conduta impecável e virgens. Eram elas, as vestais, as encarregadas de não deixar o fogo apagar.

Reclusas, as sacerdotisas da deusa Vesta recebiam privilégios impensáveis a outras mulheres de sua época e ocupavam um alto status na comunidade. Tinham a obrigação de se manter castas durante 30 anos após escolhidas para a tarefa. Caso violassem a regra, recebiam penas duríssimas. Podiam até terminar enterradas vivas.

Uma vez selecionadas, as meninas deveriam passar as próximas três décadas isoladas do convívio em sociedade. Viviam cercadas pelos muros altos do templo, localizado nas colinas romanas, onde também ficavam o Fórum e o Circo Máximo. Sob supervisão do Pontifex Maximus, título do maior dos sacerdotes de Roma, a chama do templo era mantida acesa sob disciplina militar. Nos primeiros dez anos de serviço, as vestais estudavam: aprendiam latim, histórias sobre a vida de Vesta – que era, segundo a mitologia romana, virgem – e questões de Estado. Nos dez anos seguintes, a tarefa principal era mais prática: revezar-se para alimentar a chama. A última década era voltada ao ensinamento: elas deveriam passar seu conhecimento para as novatas. Ao todo, entre as mais velhas e as mais jovens, o templo abrigava 18 sacerdotisas.

Na época republicana, que foi do fim do reino de Roma em 509 a.C. à criação do Império Romano em 27 a.C., havia cerca de 33 deuses romanos. E, para cuidar de seus cultos, existia toda uma rede de sacerdotes provenientes da aristocracia.

A origem de Vesta é cheia de mistérios. Mas sabe-se que ela é uma versão romana de Héstia, deusa do fogo dos gregos. Na tradição grega, a linhagem de Héstia teria sido uma das primeiras a formar o universo: ela era neta de Urano e uma das cinco filhas de Crono e Réia. Um dos irmãos de Héstia era Zeus, caçula que assumiu o posto maior do Olimpo após uma briga familiar. Quando soube que seria destronado para dar lugar a um de seus filhos, Crono engoliu sua prole. Réia, mãe dedicada, salvou Zeus escondendo-o do pai. Quando cresceu, Zeus decidiu vingar-se do pai. Ganhou de Prudência, sua amante, uma droga que obrigou Crono a vomitar os outros descendentes. Héstia voltou à vida e jurou virgindade eterna. Por isso, recebeu do irmão a honra de ser venerada nos lares por meio da chama sagrada. Todas as cidades gregas e romanas veneravam a chama eterna, cada qual com sua versão.~~ Fico feliz sim Héstia é grega e Vesta romana, tenho estado ligada a tds elas e começo a reconhecer o que dizem sobre esse infinito universo Feminino.

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