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ESPELHO DA ALMA*LINGUAGEM DA LUZ

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Morte: o Arcano 13 do Tarot

Faz algum tempo que não escrevo sobre as lâminas do Tarot (faz um tempo que não escrevo aqui, by the way) e retomo o compromisso abordando uma carta que, já pelo nome, faz com que as pessoas se ajeitem na cadeira.  {imagem: Universal Wirth Tarot}
Não importa em que  momento da linha do tempo do Tarot, a  imagem de um esqueleto segurando uma foice é a clássica representação do Anjo da Morte – aquele que raramente é bem vindo e muitas vezes encerra sonhos e esperanças.
Claro, essa é uma forma de ver as coisas, mas não se trata de uma visão do Tarot, a começar pelo fato que a carta da Morte não se refere a um agente externo (muito menos a morte física), mas à própria iniciativa do consulente em promover mudanças significativas em sua vida.
“Então, se é assim, por que incomoda?”
Porque, uma vez no jogo, a carta da Morte sinaliza que algo em nossas vidas se encontra em estágio de deteriorização e precisa ser transformado – uma coisa que nem sempre queremos ou nos sentimos aptos a fazer.
Lógico que o primeiro pensamento que se segue à Morte é “fim” e, neste sentido, podemos imaginar que a presença do Arcano XIII em uma relação afetiva, por exemplo,  decretaria a necessidade de rompimento, mas o que precisa ser rompido é um padrão de comportamento antes de qualquer outra coisa.
E aí, sim, se percebemos que o padrão não pode ser mudado – que está além da capacidade/interesse das partes – nada mas resta do que encerrar o processo como um todo antes que o casal, no caso, entre em colapso (Torre).
Esta relação entre Morte Torre, por sinal, é de grande importância, pois aquilo que negligenciamos num primeiro momento se vira contra nós depois. Guardadas as devidas proporções, é como uma pessoa que começa a sentir uma dor e não procura o médico para um tratamento sem maiores inconvenientes (13) e acaba parando em uma cirurgia de emergência (16) quando a coisa chega a um ponto crítico. Em outras palavras, se você não muda, as vida promove as mudanças por você.
Encare o Ceifador, então, como um alerta para o realinhamento de suas perpectivas, principalmente se considerarmos a condição de ponta-cabeça do arcano anterior – o Pendurado
A situação geralmente complica quando sabemos que algo não vai bem e apostamos errado na Roda da Fortuna, achando que tudo é uma fase e o problema vai se resolver sozinho, quer façamos isso por acomodação, ignorância ou medo.
Também quando não somos verdadeiros em nossas mudanças. Vejo muitas destas armadilhas disfarçadas de falsa-mudança e blefes vazios em consulta. Se fosse um almoço, seria como tomar café com adoçante depois de uma refeição para lá de calórica alegando estar de regime. {imagem: Thoth Tarot}
Nas relações humanas, são aqueles golpes em que o tiro sai pela culatra e depois rola um baita arrependimento (não por ter errado, mas pela manobra não ter dado certo) , cabendo ao tarólogo trazer alguma esperança para um fato que – na maioria das vezes – está consumado.
Explorando diferentes níveis de interpretação desta lâmina, temos que a palavra hebraica para “osso” é etzem e que etzem, metaforicamente, se refere ao que é (mais) “interno” ou “essencial”. Muito comum encontrar expressões como etzem ha’inyan, por exemplo, que endereçam a conversa para o “cerne da questão”.
Em tarologuês moderno, isto significa que as mudanças devem ocorrer no ponto nevrálgico. Não varra a sujeira para debaixo do tapete. Evite maquiagens e medidas paliativas. Faça o que precisa ser feito. É preciso entender, sem culpas, que algo que já foi bom não é mais.
Às vezes a gente corre da carta da Morte porque ela envolve aborrecimentos e/ou dá trabalho… talvez magoe alguém – sem contar o bom e velho apego até ao que nos faz mal – mas não tem outro jeito. Separe o que énecessidade do que é desejo. Fique com aquilo que é fundamental (etzem). Todo o resto será substituído com o que for melhor para você.
Uma amiga falou que passar a mensagem de que um relacionamento precisa chegar ao fim é de difícil assimilação porque muitas pessoas, mesmo insatisfeitas, não querem ficar sozinhas e temem que isso aconteça, a não ser que se “prometa um novo amor em breve”. Não, isso não entra na minha cabeça. Ainda sou do tempo que “antes só do que mal acompanhado”, mas o comentário me faz lembrar que o famigerado número 13, para nós ocidentais, tem um outro sentido para os judeus, por exemplo.
Treze, para eles, é o valor numérico (gematria) das palavras Echad Ahavah.Echad é um dos nomes de D’us como “Um”. Ahavah, por sua vez, é “amor” e, em especial, destaco o amor como um atributo espiritual, que é a perfeita confiança de que “O Eterno é meu pastor, nada me falta”, ou seja, faça a sua parte e o Universo cuida do que for melhor para você. Quando você faz as coisas com a motivação correta, não tem como dar errado.
De forma muito prática, gosto de ilustrar em aula que entre o homem  suspenso pelo pé (12), e o anjo alado (14)  existe alguém com uma lâmina nas mãos  (13): para você voar, não basta ter asas, é preciso cortar a corda.
 .  . 
{imagens: Art Nouveau Tarot}

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