Tarot~~Espelho da Alma~~

ESPELHO DA ALMA*LINGUAGEM DA LUZ

segunda-feira, 24 de março de 2014

Recuse-se a cair.
Se não puder se recusar a cair,
recuse-se a ficar no chão.
Se não puder se recusar a ficar no chão,
eleve o coração aos céus
e, como um mendigo faminto,
peça que o encham,
e ele será cheio.
Podem empurrá-lo para baixo.
Podem impedi-lo de se levantar.
Mas ninguém pode impedi-lo
de elevar seu coração
aos céus -
só você.
É no meio da aflição
que tantas coisas ficam claras.
Quem diz que nada de bom
resultou disso
ainda não está escutando.

Clarissa Pinkola Estés
VII. O Carro
O Arcano do Domínio, do Repouso
 
Compilação de 
Constantino K. Riemma
 
 
O Carro no Tarot de Marselha-Kris Hadar
O Carro no Tarô Marselha
Restauro de Kris Hadar
 
Dois cavalos arrastam uma espécie de caixa, montada sobre duas rodas e coberta por um dossel, onde se encontra um homem coroado, que traz um cetro em sua mão direita. Na parte frontal do carro (a única visível), em boa parte dos tarôs clássicos, há um escudo com duas letras, que variam com as editoras das lâminas.
Mais do que citar dois simples cavalos, podemos ressaltar que se tratam de corpos dianteiros fundidos ao carro. Os dois animais olham para a esquerda, mas a sua disposição é tal que parecem andar cada um para o seu lado. O cavalo da esquerda levanta a pata direita, e o da direita, a pata esquerda. O dossel repousa sobre quatro colunas.
O homem, que tem uma coroa do tipo das de marquês, tem a mão esquerda sobre um cinto amarelo, na altura da cintura, e na mão direita traz um cetro que termina por um ornamento esférico encimado por um cone. O peito do personagem está coberto por uma couraça. Cada um dos seus ombros está protegido por uma meia-lua, com rostos de expressão diferente.
Os cabelos do personagem são amarelos e seu olhar se encontra ligeiramente voltado para a esquerda, no mesmo sentido que o dos animais atrelados à carruagem.
Cinco plantas brotam do solo. Não aparecem rédeas ou qualquer outro meio de guiar o carro.
Significados simbólicos
Contemplação ativa, repouso. Vitória, triunfo.
O setenário sagrado, a realeza, o sacerdócio.
Magistério. Superioridade. Realização.
Interpretações usuais na cartomancia
Êxito legítimo, avanço merecido. Talento, dons, capacidade, aptidões postas em marcha. Tato para governar, diplomacia, direção competente.
Conciliação dos antagonismos, condução de forças divergentes. Progresso, mobilidade, viagens por terra.
Mental: As coisas se realizam, mas falta ainda montar as peças de conjunto.
Emocional: Afeto manifestado; protetor, serviçal.
Físico: Grande atividade, rapidez nas ações. Boa saúde, força, atividade intensa. Do ponto de vista do dinheiro: gastos ou ganhos, movimento de fundos.
Significa também notícia inesperada, conquista.
Pode ser interpretado igualmente como difusão da obra ou atividades do consulente através de palavras e, segundo sua localização na tiragem, significa elogios ou calúnias.
Sentido negativo: Ambições injustificadas, vanglória, megalo-mania.  Falta de talento e de consideração.  Governo  ilegítimo,
 
O Carro no tarô Gringonneur - retoques de CKR
O Carro no Tarô Gringonneur ou Charles VI (1368-1422)
situação usurpada, ditadura. Oportunismo perigoso. Preocupações, cansaço, atividade febril e sem repouso. Perda de controle.
História e iconografia
O desfile dos heróis triunfantes de pé sobre seus carros de guerra é um costume pelo menos tão antigo quanto os próprios carros de guerra. Court de Gébelin – e com ele os que acreditam numa origem egípcia do Tarô – imagina que o Arcano VII nada mais é que a reapresentação do Osíris triunfal, e que os cavalos são uma herança vulgar daEsfinge.
Mais coerente, contudo, é relacionr essa figura às apoteoses lendárias que comoveram a Idade Média, época em que se localiza sua iconografia.
Pode também lembrar um conto do ciclo mítico de Alexandre, o Grande, amplamente reproduzido desde a Antiguidade até o Renascimento.
Levado até o Oriente pela sucessão de seus triunfos, Alexandre teria chegado até o fim do mundo. Quis então saber se era verdade que a Terra e o Céu se tocavam num ponto comum. Para isto seduziu com ardis – é preciso recordar que a astúcia é também prerrogativa dos heróis – dois pássaros gigantes que existiam na região; prendeu-os e acomodou entre eles uma cesta.
Com uma lança na mão, em cujo extremo havia atravessado um pedaço de carne de cavalo, o conquistador subiu ao seu carro improvisado. Com a promessa de comida que oscilava diante de seus olhos, os Grifos começaram a mover-se e
 
Apolo e o Grifo
Apolo e o Grifo
www.mythesgrecs.fr.st
alçaram vôo. Os heróis não podem, contudo, sobrepor-se aos deuses: na metade do caminho Alexandre  recebeu  um emissário dos deuses, um enfurecido Homem Pássaro que insistiu para que ele desistisse de seu projeto. Muito a contragosto, Alexandre aceitou a censura e atirou a lança para a Terra, para onde desceram os Grifos, impacientes e vorazes.
Essa lenda, nascida certamente no Oriente, foi introduzida na Europa no fim do século II. Estendeu-se em seguida por todo o Ocidente cristão e era conhecida desde a baixa Idade Média. Numerosas ilustrações e várias esculturas que a representam chegaram até nós. A Crônica Mundial, de Rudolph von Ems (século XIII) a reproduz em uma detalhada miniatura; em São Marcos de Veneza está o relevo talvez mais significativo para rastrear as fontes inspiradoras do Arcano VII: a cesta de Alexandre é ali uma caixa semelhante à de O Carro; aparecem também as rodas esboçadas.
 
Elias no Carro de Fogo, tela de Giuseppe Angeli
Elias no Carro de Fogo (A visão de Ezequiel)
Tela de Giuseppe Angeli, 1712 - 1798
 
Durante a Idade Média, a arte dos imagiers parece ter-se servido desta lenda como uma alegoria do orgulho.
Por sua amplitude simbólica e pela beleza da sua composição, O Carro figura entre os arcanos de maior prestígio do Tarô. É, também, um dos que oferecem maiores lacunas de interpretação.
Relacionado em princípio com Zain (sétima letra do alfabeto hebreu, que corresponde ao nosso Z), denuncia uma mobilidade e inquietude que tem a ver com todo deslocamento ou ação ziguezagueante, veloz.
Por sua amplitude simbólica e pela beleza da sua composição, O Carro figura entre os arcanos de maior prestígio do Tarô. É, também, um dos que oferecem maiores lacunas de interpretação.
Relacionado em princípio com Zain (sétima letra do alfabeto hebreu, que corresponde ao nosso Z), representa uma mobilidade e inquietude que tem a ver com todo deslocamento ou ação ziguezagueante, veloz. 
Há autores que relacionam as rodas do Carro aos torvelinhos de fogo da visão de Ezequiel.
Quando se traduz a lâmina pela palavra carro – protótipo dos sistemas de troca – representa o que é móvel, transferível, interpretável. Nesse caso, seu aspecto oracular é associado às mudanças provocadas pela palavra: elogios, calúnias, difusão da obra, boas ou más notícias; e, por extensão, aos sistemas de intercâmbio em geral (economian movimento de fundos).
Aponta-se aqui a questão das relações entre esta mobilidade e o dinamismo mercurial do Prestidigitador, já que esses arcanos se encontram no início e no fechamento do primeiro setenário do Tarô.
Talvez esta analogia possa ser levada mais longe, e não parece impossível que a figura toda seja uma ilustração desta passagem bíblica. Em Ezequiel (I, 4-28), com efeito, aparecem não só as rodas, o carro e os animais, mas também “sobre o trono, no alto, uma figura semelhante a um homem  que  se  erguia sobre ele. E o que dele aparecia, da
 
"Currus Triumphalis", O Carro Triunfal da Alquimia
Currus Triumphalis
Amsterdã, 1671
cintura para cima, era como o fulgor de um metal resplandecente”, o que é uma descrição bem próxima do personagem do Arcano VII. Nessa mesma passagem podemos encontrar também analogias válidas para o simbolismo geral do Arcano XXI (O Mundo).
Há quem veja ainda, nos animais presos, uma anfisbena (serpente de duas cabeças), ou poderes antagônicos que é necessário subjugar para prosseguir  –  “assim como no caduceu se equilibram as duas serpentes contrárias”. O veículo representaria o simbolismo do Antimônio (ou a Alma Intelectual dos alquimistas), mencionado como Currus Triumphalis num tratado de Basílio Valentin (Amsterdã, 1671).
A totalidade do arcano sugere, para Wirth, a idéia do corpo sutil da alma, graças ao qual o espírito pode se manifestar no campo do material. Esta idéia de um halo ou dupla transubstancial que não pode ser relacionada a nenhum dos três aspectos do homem  (corpo –> alma –> espírito), mas que tende a relacioná-los entre si, gozou de um vasto prestígio esotérico: é o corpo sideral de Paracelso (ou astral, na linguagem teosófica), como também o “corpo aromático”, de Fourier, ou o Kama rupa do budismo soteriológico.
Siglas no escudo
As letras S e M no Carro do Tarô de Marselha-Grimaud
 
Finalmente, cabe examinar as letras inscritas no escudo – S e M– tal como aparecem no Tarô de Marselha da Editora Grimaud.
Alguns analistas supõem que sejam as iniciais de SuaMajestade, o rei vitorioso em seu regresso de batalhas que comandou. Outros acreditam, que as letras  S e M  representem os princípios alquímicos
Sulfur e Mercurius, antagônicos e complementares, tais como parecem reiterados pela disposição da parelha de cavalos que põe o carro em movimento.
O Carro no Jacques Vieville - 1650   O Carro no Tarot Jean Noblet - 1650   O Carro no Tarot Nicolas Convert - 1760   O Carro no Tarot Francois Tourcaty -  1800
O Carro em tarôs clássicos: sem letras no escudo da carruagem – Jacques Vieville (1650) – e com
letras IN no Jean Noblet (1650), VT no Nicolas Convert (1760) e FT no François Tourcaty (1800)
Ao observamos as gravuras antigas dos baralhos podemos constatar que existem evidências de que a inclusão de sílabas têm razões menos esotéricas do que alguns supõe. Há gravuras em que o escudo permanece vazio, mas em boa parte dos baralhos clássicos, o espaço é preenchido com letras variam de jogo para jogo, usualmente com as iniciais do proprietário da casa impressora, como exemplificam as cartas acima que circularam amplamente pela Europa. Algo semelhante se passa com a carta Dois de Ouros (veja), que traz uma faixa quase sempre preenchida com o nome dos editores.
Não é este, porém, o único ponto controverso do arcano que Éliphas Lévy chamou de “o mais belo e mais completo de todos que compõem a chave do Tarô”.

sábado, 22 de março de 2014

A origem dos cultos centrados na reverência e gratidão à Terra, como Mãe, é tão antiga quanto os atos de semear, plantar e colher. Entregar sementes à terra para que elas germinassem, crescessem e frutificassem era um ato sagrado que dependia da benevolência e ajuda das forças sobrenaturais. A personificação da Terra como Deusa é universal, tendo sido cultuada como Mãe por todas as antigas culturas, em parceria, às vezes, com seu consorte o Pai Céu ou com suas Filhas. Mas havia uma dualidade no seu culto, pois além de ser vista como Doadora e Provedora dos alimentos, Ela também era a Destruidora encarregada da dissolução dos resíduos vegetais, animais e humanos.
A dinâmica do mundo era baseada nesta união de princípios opostos – vida/morte – que aconteciam no ventre da Terra, revelando como cada nova forma de vida era criada a partir de uma morte anterior. Além de receber os mortos proporcionando-lhes repouso e cura à espera do renascimento, a Terra também abrigava o mundo subterrâneo, regido por divindades ctônicas e habitado pelos seres ancestrais e sobrenaturais. A profusão de figuras femininas oriundas dos períodos paleolítico e neolítico comprovam a ancestralidade dos cultos de fertilidade centradas em uma Mãe, Avó ou Mulher Terra. As crenças e os rituais eram ligados às irregularidades topográficas como montanhas, grutas,fontes, rios ou à diversidade da vegetação, selvagem ou cultivada. As grutas eram ligadas ao mundo subterrâneo, sendo as aberturas com simbolismo uterino que serviam como locais para rituais e celebrações. As montanhas eram consideradas lugares propícios para a comunicação entre o mundo celeste e o subterrâneo.
A natureza e a origem da Terra eram descritas de forma diversa em vários mitos de criação, geralmente surgindo do vazio, caos ou oceano primordial ou formada do corpo de uma divindade morta. Ela ficava apoiada sobre um animal, como a tartaruga, na tradição indígena norte-americana ou no mito chinês da deusa Nu Kwa, ou sustentada por seres sobrenaturais colocados nas quatro direções cardeais como os gnomos do mito nórdico. Alguns mitos nativos descrevem como diversos animais mergulhavam no oceano primordial, de onde traziam lama ou areia para formar a Terra.
Dependendo da nação o animal era o rato aquático, o castor ou a lontra. Nos mitos dos índios norte-americanos o nascimento da humanidade decorre da união entre a Mãe Terra e o Pai Céu. Em outros mitos os seres humanos aparecem de repente por um buraco na terra -sipapu- ou são formados pelas divindades com lama, barro, galhos e penas.
Os terremotos eram atribuídos à mudança da posição da divindade, dos seres sobrenaturais ou dos animais que sustentavam a Terra – como no mito peruano da Pacha Mama. Para pedir clemência os povos antigos faziam sacrifícios de animais, oravam e batiam tambores. Na antiga China o imperador se prosternava perante cinco montículos de terra representando as quatro direções cardeais e o centro e fazia oferendas para a Terra.
O culto mais difundido entre os índios norte-americanos é da Mãe Terra, seguido pelo da Mãe dos Grãos, que aparecia como uma única divindade - a Mãe, múltipla como Suas filhas, as Donzelas do Milho, ou em forma de Três Irmãs, que simbolizavam os alimentos básicos:milho, feijão, abóbora. As colheitas eram as oportunidades para agradecer com oferendas, festividades, danças e orações. Dependendo da localização geográfica e da natureza da colheita, estas cerimônias se estendiam durante vários meses, com danças típicas em forma de rodas ou espirais, mas envolvendo sempre toda a comunidade. Uma dança muito comum na Europa era a dança do pão, considerado o alimento sagrado usado em rituais, como amuleto de proteção ou para a cura. O pão jamais podia ser desperdiçado ou jogado fora, sendo também usado em sinal de boas vindas ou recepção dos noivos entre os povos eslavos e dos Balcãs. Antes de cortar o pão as camponesas romenas o abençoavam e agradeciam à terra pelo “pão de cada dia”.

sábado, 15 de março de 2014

EQUINÓCIOS E O NOVO ANO ASTROLÓGICO

Equinócio de Outono e Primavera.

Com a entrada do Sol em Áries, comemoraremos o Ano Novo Astrológico, celebração baseada nos princípios astronômicos e nos Equinócios.

Na astronomia, Equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita aparente, (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste).

OS EQUINÓCIOS E OS SOLSTÍCIOS

A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. O dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.

Os equinócios ocorrem nos meses 
de março e setembro 
e definem as mudanças de estação.

Este momento de harmonia na Natureza, que dá fim ao Inverno no Norte e ao Verão no Sul, marca o Ano Novo Zodiacal.

sexta-feira, 7 de março de 2014


Carta do Dia: A ESTRELA

“Eu sei que é terrível tentar manter a fé quando as pessoas estão fazendo coisas tão horríveis… Mas, quer saber no que eu às vezes penso? Eu penso que o mundo está atravessando uma fase, da mesma maneira que eu atravessei uma fase difícil com minha mãe. Vai passar. Talvez não leve centenas de anos, mas algum dia irá terminar. E eu ainda acredito, apesar de tudo, que as pessoas são boas, no fundo dos seus corações.”
Anne Frank _ (Frankfurt am Main, 12 de Junho de 1929 — Campo de Concentração Bergen-Belsen, início de Março de 1945)
     EstrelaAntes da 2ª Guerra Mundial parte da Europa tolerava o racismo e o anti-semitismo como algo normal e até natural. Quando os nazistas levaram a extremos inimagináveis essa maneira enganosa, tendenciosa e preconceituosa de pensar e agir, o resto do mundo percebeu que não poderia sob qualquer circunstância aceitar ou continuar sendo complacente com o ódio. Esse tipo de revisão e reforma de filosofia, direcionamento e intenção é a base do significado do Arcano XVII, a Estrela.
     A Estrela é a 17ª carta dos Arcanos Maiores e pode ter sua numeração (17) reduzida (1+7) a 8, que é o número da carta da Justiça, dentro do padrão Marseille do tarot. É a combinação da racionalidade, imparcialidade e do equilíbrio (Justiça) com a intuição, harmonia e fé que a Estrela propõe. Também podemos ver nessa carta a necessidade de perseverarmos, de mantermos a confiança em nós mesmos e sermos otimistas (o Carro, arcano 7) e aproveitarmos as oportunidades e sabermos nos adaptar às circunstâncias ( a Roda da Fortuna). Mal canalizada, a energia da Estrela pode ser notada naquelas pessoas que vivem apenas de uma vaga esperança, em nada contribuindo para que as coisas aconteçam, talvez, até mesmo, por duvidarem da sua própria fé.
     Depois da destruição da Torre, a Estrela irradia regeneração. Se a Torre nos mostrou um retrato da nossa humana arrogância, que acaba degenerando em algo desastroso, a Estrela nos fala da humildade que devemos ter em nos considerarmos partes da Natureza. Nem melhores ou piores que os demais seres e elementos que a compõe mas iguais em importância.
     O seu signo astrológico é Aquário, o aéreo pacífico, amoroso e inspirado aguadeiro dos deuses e, portanto, a água tem um papel importante na simbologia desse Arcano. Não são apenas os cristãos, com o seu batismo nas águas que os lava do pecado original. Antes das 5 orações diárias, os seguidores do islamismo se lavam, num ato de purificação para “falar” com Deus. Os hindus consideram as águas do rio Ganges sagradas e nelas se banham, pois antes de chegarem à Terra elas escorrem entre os pés de Vishnu. Também os judeus têm banhos rituais e para muitas religiões esse é o primeiro passo para unir-se com Deus.
     Além da idéia de união com a Natureza, com o Divino, a nudez e simplicidade dessa carta nos remete às origens da vida (Binah). A Estrela nos dá coragem para termos a esperança de que o nosso mundo também irá renovar-se, purificando-se nas águas, pois ainda que soframos desastres (a Torre) de percurso, a vida continua. A Estrela é o 28º Caminho da Árvore da Vida cabalista e une Yesod ( o Alicerce) a Netsach (a Vitória). É a força do  trabalho emocional que desenvolvemos quando desejamos transformar uma idéia em realidade. É uma fusão de dois fluxos de consciência para criar um outro, maior, que podemos denominar intuição. Podemos então dizer que a Estrela não é necessariamente apenas a sequência da Torre, mas uma alternativa a ela. Nós podemos mudar nossos destinos e para tanto basta-nos ter a necessária humildade de nos submetermos, de nos curvarmos, de trazermos o nosso ego a um ponto de equilíbrio, lavando-0 das máculas do orgulho, da vaidade, do egocentrismo.

FOLHAS E ERVAS DOS ORIXÁS

FOLHAS E ERVAS SAGRADAS DOS ORIXÁS
Folhas e Ervas são a base de praticamente tudo que nos cerca.
Na Umbanda é o sangue vegetal que na forma de banhos nos purifica e consagra.
Quem for banhado por elas espanta os males físicos e espirituais.
As ervas possuem vasto uso, nos rituais são muito utilizadas em homenagens, invocando sua proteção para que os atos litúrgicos sejam bem encaminhados. Enfim, seu uso é primordial, pois nada acontece sem folhas.
Um dos grandes mistérios em quase todos os ramos da Magia em todo o mundo é a utilização das plantas, raízes e sementes das ervas mais variadas. São usadas tanto em forma de defumações para os Deuses quanto para banhos purificadores, protetores e de cura.
A seguir citaremos algumas das ervas mais usadas na Umbanda e o Orixá pertencente:
OXALÁ
Levante
Erva Cidreira
Alecrim, Hortelã
Boldo, – algodoeeiro
- colônia, – girassol
- funcho
- malva cheirosa
YEMANJÁ
 
Unha de vaca
fls de Lágrimas de Nossa Senhora
Mastruço, Chapéu de couro
Jasmim, anis
- erva de Santa Luzia
- pata de vaca, – hortelã
- alfazema, – lavanda
FALANGE DAS CRIANÇAS
 
Amoreira, Alfazema
- groselheira
- hortelã
- rosa branca
- alecrim, – laranjeira
- manjericão
- sálvia
OXUM
- alfavaca, – arnica
- calêndula,  camomila
- erva cidreira
- ipê amarelo, – gengibre, rosa branca e amarela

OXOSSI
- carapiá ou contra erva
- salgueiro chorão
- jurema, – eucalipto
-alecrim do campo
- guiné caboclo, – samambaia
- pariparoba, – alfavaca

YANSÃ
amor agarradinho
- bambu, – dormideira
- romã, – espada de Iansã
- louro, – manjericão
pitangueira, – alfazema

XANGO
Café (Folhas)
Mangueira (Folhas)
Erva de São João
- alfavaca roxa
- flamboyant, – manjerona
- hortelã, – levante
- cipó mil-homens
- mentrasto, nega mina
OGUM
Flecha de Ogum,
Erva de Bicho (Folha de Jurupitã)
- vence tudo – abre caminho
-aroeira, -pinhão roxo
- carqueja, – pata de vaca
- agrião, -losna, -jatobá
- espada de São Jorge
PRETOS VELHOS
Guiné
Eucalipto
Arruda
- manjerona
- pinhão roxo
EXU
Mamona, carqueja,
picão preto, unha de gato, arruda, comigo ninguém pode, beladona, cactus, cana de açúcar, mangueira, pimenta da costa, urtiga
pinhão roxo,  chorão
OMULU OU OBALUAIÊ
- alfavaca roxa
- agapanto lilás
- babosa
- fruta de pomba
- mostarda, – mamona
- gervão, – velame
- canela de velho 
NANà
- alfavaca, – assa peixe
- erva cidreira
- cipreste, – avenca
- manacá, – quaresmeira
- pinhão roxo
- crisântemos roxos
- oriri

ERVAS MAIS USADAS NA UMBANDA

  • Alecrim – Pertence a Oxalá. Entra em qualquer obrigação de cabeça dos filhos de qualquer orixá. Bastante emprego nos rituais de defumaçãobanho de descarrego. É parte indispensável do ‘abo’. Eficiente destruidor de larvas astrais. O Chá é empregado para combater tosses e broquites com sucesso.
  • Arruda – Planta de odor bem forte que pertence a Oxóssi e Exu. Muita usada contra maus fluídos, inveja, olho-grande, e para benzimentos. A variedade do orixá Oxóssi, com folhas miúdas; aplica-se nos bori, lavagem de contas (guias), e banhos de limpeza ou descarrego. O uso medicinal é contra verminoses e reumatismo em chás, e o sumo aplica-se para reduzir feridas.
  • Bambú – Pertence a Yansã e Egun. Muito aplicada como enfeite nas casas de Egun nas festas. Poderoso defumador contra larvas astrais, fazendo mistura com palha ou bagaço de cana. Excelente banho contra perseguição de obsessores ou maus espíritos. Na medicina popular é utilizado nas diarréias e pertubações do estomago.
  • Camomila – Pertence a Oxalá e Oxum. Aplicação em banhos de descarrego e no “abo”. Na medicina popular tem larga utilização em chás reguladores dos intestinos; estimula o apetite.
  • Cana-de-Açucar – Pertence a Exú. Planta muito importante nos rituais. Seja o bagaço ou o produto, o açucar, são amplamente utilizadas em defumações para melhoria das condições financeiras, misturando com pó de café virgem, cravo-da-índia, e canela em pó.
  • Girassol – Pertence a Oxalá. Utiliza-se em qualquer obrigação de cabeça, no ‘abo’ ebanhos de descarrego. Tem muito prestígio em defumações pois é poderoso anulador de fluidos negativos edestruidora de larvas astrais. Nas defumações usa-se as folhas e nosbanhos colocam-se também as pétalas colhidas antes do nascer do sol.
  • Romã – Erva Sagrada pertencente a Yansã. As folhas são utilizadas em banhos de descarrego. A medicina popular emprega o cozimento das cascas dos frutos para o combate de vermes e o mesmo cozimento para gargarejos nas inflamações de garganta e da boca.

ORIXÁS E SUAS ERVAS
Oxalá: Tapete de Oxalá (boldo), algodão, arnica da horta, alecrim, folhas e ramos de palmeiras, folhas de laranjeira, hortelã, erva cidreira, rama de leite, malva branca, saião branco, folha da costa, rosa branca, louro, manjerona, manacá, macaça, erva doce;
Oxossi: Alfavaca do campo, jureminha, caiçara, arruda, abre caminho, malva rosa, capeba, peregum, taioba, sabugueiro, jurema, capim limão, acácia, cipó caboclo, goiabeira, erva de passarinho, guaco, guiné, malva do campo, são gonçalinho, Louro, cabelo de milho, eucalipto, manjericão, samambaia;
Ogum: Espada de São Jorge, crista de galo, folhas de mangueira, Taioba, Cipó chumbo, Palmeira de dendezeiro (Mariwo), abre caminho, alfavaquinha, arnica, aroeira, capim limão, carqueja, dandá da costa, erva tostão, eucalipto, jaboticabeira, losna, pau rosa, peregum, porangaba, são gonçalinho, jatobá;
Xangô: Folha da costa, matamba, betis cheiroso, levante, folha de fogo, cerejeira, figueira branca, amoreira, ameixeira, espada de Santa Bárbara, Comigo ninguém pode, cipó mil homens, folhas de café, folha de manga, Guiné, arruda, limoeiro, umbaúba, vence demanda, urucum, pessegueira, pau pereira, para raio, noz moscada, nega mina, mutamba, mulungu, manjericão, malva cheirosa, jaqueira, folha da fortuna, folha da costa, fedegoso, erva tostão, erva de são João, cavalinha;
Iemanjá: Jarrinha, Rama de leite, cana do brejo, betis cheiroso, algas marinhas, alfavaquinha,flores branca de qualquer espécie, aguapé, camélia, folha da costa, jasmim, lagrima de nossa senhora, macaça, malva branca, taioba branca;
Oxum: Folha de vintém, folha da fortuna, malva, dracena, rama de leite, malva rosa, narciso, flores de tonalidade amarela, lírios de toda espécie, margaridas, flor de maio, amor perfeito, madressilva, quioco, oriri, mutamba, melissa, macaça, ipê amarelo, folha da costa, erva de santa Maria, erva de santa luzia, colônia, camomila, assa peixe, aguapé;
Iansã: Erva santa, umbaúba, folhas de bambu, folha de fogo, capeba, perientária, bredo sem espinho, malmequer branco, dormideira, espada de santa bárbara, flores amarelas ou coral, dracena, papoula, gerânio, erva de passarinho, erva tostão, guiné, jaborandi, louro, malva rosa, nega mina, peregum, pinhão roxo;
Nanã: Alfavaca roxa, assa peixe, avenca, cana do brejo, capeba, cedrinho, cipreste, erva de passarinho, jarrinha, manacá, Maria preta, mutamba, quaresmeira, rama de leite;
Omulu/Obaluaê: Zínia, folhas de laranja lima, folhas de milho, barba de velho, vassoura preta, velame, sete sangrias, sabugueiro, musgo, manjerona, mamona, espinheira santa, carobinha do campo, assa peixe;
Exu: Abranda fogo, mamona, carqueja, picão preto, unha de gato, arruda, comigo ninguém pode, arrebenta cavalo, azevinho, bardana, beladona, cactus, cana de açúcar, cansação, catingueira, corredeira, figueira preta, folha da fortuna, garra do diabo, mangueira, pau d’alho, pau santo, pimenta da costa, pinhão roxo, urtiga, chorão;
As 7 linha: Geralmente usam todas as ervas não existindo uma em especial.

CLASSIFICAÇÃO DAS ERVAS:
 Ervas Calmas: Boldo, erva doce, erva cidreira, alecrim do campo, camomila, capim santo, malva branca, malva cheirosa, erva de santa Maria, erva de santa luzia, jasmim, colônia, macaça, aguapé, alfazema, melissa, capim cidrão, folha de maracujá, manjericão, etc…
Ervas fortes: Arruda, guiné, espada São Jorge, espada de Santa Bárbara, carqueja, aroeira, comigo ninguém pode, peregum, nega mina, umbaúba, mamona, picão branco, eucalipto, pinhão roxo, bambuzinho, taioba, lança de Ogum, espada de Ogum, folha de fumo, etc…
Ervas bravas: Barba maldita (cipó azougue), unha de gato, comigo ninguém pode, coroa de cristo, mamona, picão preto, urtiga, chorão, folha de limão, folha de seringueira, etc…
Obs.: A combinação das ervas, deve ser feita de acordo com a necessidade, não há mistério, desde que conheçamos as ervas e sua classificação e ainda os Orixás, por exemplo: banho de abre caminho deve-se usar ervas fortes combinadas com Orixás de abre caminho. Ervas bravas de preferência devem ser usadas apenas como bate folha (descarrego) na matéria ou em lugares.
BANHOS DE ERVAS
Arnica – afasta a negatividade
Abre Caminho – novas forças
Alecrim – clareza mental
Arruda – proteção
Anis Estrelado – aumenta a auto-estima
Água-de-arroz – calmante
Alfazema – mudança
Camomila – limpeza (bactericida)
Canela – limpeza, força e prosperidade
Cravo da Índia – estimulante
Erva doce – boas energias
Espada de São Jorge – proteção
Folhas de Manga – prosperidade
Folhas de Louro – prosperidade
Fumo – proteção
Flor de sabugueiro – calmante
Guiné – proteção e força
Girassol (sementes) – acelera as mudanças
Hortelã – aceitação
Levante – força, melhorar a auto-estima
Losna – corta a negatividade (raivas)
Macela – calmante (bom para insônia)
Manjericão – equilíbrio, renova as células do organismo
Pitanga (folhas) – melhora a circulação
Rosas brancas – limpeza
Rosas vermelhas – energia
Banhos Específicos:
Descarrego:
- 3 galhos de arruda
- 3 galhos de guiné
- 3 galhos de alecrim
- 1 espada de São Jorge
Abre Caminho:
- 7 folhas de loro
- 7 galhos de manjericão
- 7 cravos da india
- 7 sementes de girassol
ERVAS PARA AFASTAR MAUS ESPÍRITOS  -   São usadas para fazer Sacudimentos de Pessoas e Ambientes como: Losna; Cipó; Comigo-Ninguém-Pode; Fumo; Alho; Crisântemo; Bananeira; Abre-Caminhos; Espada de São Jorge; Pinhão Roxo; Guiné; Mamona, entre outras.
ERVAS PARA AMULETO - Usadas com a finalidade de Proteção e Segurança, são as seguintes: Alfavaca ou Manjericão; Guiné; Arruda; Indirí; Alecrim; Canela Preta; Espada de São Jorge, entre outras.