Dois filmes, duas mulheres, dois amores
Adoro as pintoras Frida Khalo e Georgia O’Keefe: são disparado, as minhas favoritas. Para mim, seus quadros mostram imagens contundentes e, ao mesmo, tempo sutis e delicadas da essência do feminino. Suas obras me comovem profundamente.
Mas, não é sobre suas pinturas que quero falar, mas dos filmes sobre suas histórias: VIDA E ARTE DE GEORGIA O’KEEFE (2009) e FRIDA (2002). E, desses filmes um aspecto especial, o relacionamento que elas tiveram com os homens de suas vidas: Georgia com Alfred Stieglitz e Frida com Diego Rivera.
Ambas se casaram com esses homens. As duas os amaram demais! Foram abertamente traídas! E, ambas caíram em profunda depressão por conta dessa relação amorosa.
Foram escolhas estranhas: mais de 20 anos mais velhos do que elas, casados quando as conheceram e mulherengos de carteirinha! E Diego ainda parecia um ogro.
Mas, os dois fizeram uma coisa sensacional: reconheceram o enorme talento das duas, antes de todo mundo, até delas mesmas!
E isso deve ser absolutamente apaixonante!
No entanto, o comportamento deles com elas é de indignar qualquer mulher!!!
Os dois as amaram, sem dúvida, mas as traíram vergonhosamente, apesar de nunca terem traído a arte e o talento delas.
Alfred trai Geórgia, primeiro ao tirar fotos íntimas dela, para as quais ela pousou como tributo ao amor que sentia por ele, e as expõe em uma galeria; se recusa a ter filhos com ela, mas não com uma amante; faz com que ela volte do lugar onde se recupera da dor da traição e a trai novamente. Seu próprio irmão diz a ele: “Agora que você não pode controlá-la, quer destruí-la”.
Geórgia abandona Alfred para sobreviver e realizar sua Bliss, ser pintora, mas quando ele está morrendo volta, para que ele possa fazer isso nos braços dela.
Diego trai Frida com inúmeras mulheres, mas verdade seja dita, nunca prometeu fidelidade. Aliás, fidelidade não era coisa para aqueles dois. Mas, prometeu lealdade a ela para toda vida, e não cumpre sua promessa: trai Frida com a irmã dela, Cristina! Ela diz então para Diego que a dor que ele infringiu a ela foi superior a toda dor do seu corpo quebrado no acidente de ônibus, que a marcou para sempre! Mas, mesmo assim, ela casa com ele duas vezes!
Vou confessar: fico meio indignada com a “rendição” delas! Gostaria que elas “cuspissem na cara” daqueles que as oprimiram e machucaram tanto!
Ao mesmo tempo eu me pergunto: será que se elas tivessem se realizado como mulheres, esposas, mães dos filhos de Alfred e Diego, teriam sido mais felizes? Se fossem felizes no campo amoroso será que teriam se tornado as GRANDES Georgia e Frida? E, teriam suportado uma vida mais corriqueira, menos cheia de drama e paixão?
Teriam eles sido canalhas? Homens sem capacidade plena de amar uma mulher real e do “tamanho” delas?
Ou daimons que reconheceram que a jornada delas era serem as grandes pintoras que foram e não mulheres “comuns” com as dádivas e os preços de serem comuns?
Ou terão sido ambos: anjos e demônios na vida dessas mulheres geniais?
Não tenho resposta a essas perguntas... a vida é um mistério!
Mas, são perguntas instigantes, não acham?
PS – Recomendo os filmes, que estão em DVD: são ótimos e trazem imagens magníficas dos quadros das duas.E a trilha sonora de FRIDA é um espetáculo à parte
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