A SABEDORIA PRIMORDIAL FEMININA
Assim era nos primórdios..
"Há igualmente grandes evidências de que a espiritualidade, e em particular a visão espiritual característica de sábios videntes, já foi associada à mulher.
Nos registros arqueológicos mesopotâmicos soubemos que Ishtar da Babilônia, sucessora de Innana, ainda era conhecida como a Senhora da Visão, Aquela que Orienta os Oráculos, e a Profetisa de Kua.
As tábuas babilônicas contêm numerosas referências a sacerdotisas que oferecem conselhos proféticos nos santuários de Ishtar, algumas das quais são importantes nos registros de eventos políticos.
Sabemos, através dos registros egípcios, que a representação de uma naja era o sinal hieroglífico para a palavra Deusa e que a naja era conhecida como o Olho, uzait, símbolo de compreensão e sabedoria místicas.
A Deusa naja conhecida como Ua Zit era a deidade feminina do baixo Egito (norte) em tempos pré-dinásticos. Posteriormente, tanto a Deusa Hathor quanto Maat ainda eram conhecidas como o Olho.
O uraeus, uma serpente empinada, é encontrada com freqüência sobre as frontes da realeza egípcia. Além disso, um santuário profético, possivelmente sítio de um antigo santuário à Deusa Ua Zit, elevava-se na cidade egípcia Per Uto, que os gregos chamavam Buto, nome grego para a própria Deusa naja.
O famoso santuário oracular de Delfos também se elevava em um sítio originalmente identificado com o culto da Deusa.
E mesmo em épocas gregas clássicas, após ter sido dominado pelo culto a Apolo, o oráculo ainda falava através dos lábios de uma mulher.
Ela era uma sacerdotisa chamada Pítia, a qual se sentava sobre um mocho trípode em tomo do qual havia uma serpente chamada Píton enroscada.
Lemos ainda em Ésquilo que nesse templo, que era o mais sagrado, a Deusa era venerada como a profetisa primeva.
Outra vez sugere-se que mesmo na idade clássica grega a tradição de uma sociedade de parceria em busca da revelação divina e da sabedoria profética através das mulheres ainda não fora esquecida."
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