DEMETER E PERSÉFONE
Ceres/Deméter
CERES/ DEMETER
Artigo sobre Deméter/ Ceres por Rodrigo Lacerda, disponível na Web , este artigo foi extraído do blog:http://www.rodrigolacerda.com.br/ceres-colecao-deuses-da-mitologia
Deméter, a deusa da agricultura, está muito próxima do trono do Olimpo. Ela é irmã de Zeus e sua aliada de primeira hora, nas lutas contra os titãs, que ao serem derrotados abrem caminho para a ascensão da terceira geração dos deuses, e contra os gigantes, que fracassaram ao tentar reestabelecer a antiga ordem no cosmos.
Essa proximidade se reproduz entre Júpiter e Ceres, os equivalentes romanos de Zeus e Deméter.
A principal colaboradora da coleção Deuses da Mitologia, a professora de arqueologia da USP Marlene Suano, mais uma vez nos dá uma “radiografia” completa dessa interessantíssima divindade. Temos aqui todos os atributos e epítetos da deusa, análises de seus principais festivais, de sua origens, amores e ódios.
Ser a deusa da agricultura, para os povos da Antigüidade, era lidar com a sobrevivência imediata de todos. O pão, alimento básico, era chamado de “o presente de Deméter” por ninguém menos que Homero.
E graças aos cereais que ela fazia crescer inventou-se também a cerveja.
E esses são apenas dois exemplos para se avaliar a importância de Deméter-Ceres.
Mas os ciclos naturais – semear, brotar, colher – e os ciclos da vida humana – nascer, crescer, morrer – cruzaram-se nesse mito de maneira muito bela.
Este é o tema essencial do mito da filha de Deméter, Perséfone (ou Proserpina, em Roma), que ao ser raptada pelo rei do mundo dos mortos aceita ser sua rainha e lá morar, subindo à superfície apenas na primavera e no verão para visitar a mãe.
Com isso, o culto a Deméter, além de implicações agrícolas óbvias, das plantações que anualmente nascem e morrem para renascer outra vez, ganha implicacões referentes à vida após a morte, ou à ressurreição. Perséfone é, em última instância, a “semente” da deusa da agricultura.
Neste número temos dois dossiês com imagens clássicas desses mitos na história da arte. O primeiro diz respeito justamente à intensa relação entre Deméter e Perséfone.
O outro, a um segundo mito que envolve a descida de alguém ao Hades, no caso, Orfeu, que desce em busca de sua amada Eurídice.
Esses dois mitos, e também os referentes a Dioniso e Asclépio, outros deuses que também morreram para renascer, são abordados numa brilhante caracterização dos cultos órficos, uma espécie de religião não-oficial na Antigüidade, mas na qual Deméter também desempenhava um importante papel.
Por Rodrigo Lacerda
PERSÉFONE
Com isso, o culto a Deméter, além de implicações agrícolas óbvias, das plantações que anualmente nascem e morrem para renascer outra vez, ganha implicacões referentes à vida após a morte, ou à ressurreição. Perséfone é, em última instância, a “semente” da deusa da agricultura.
Neste número temos dois dossiês com imagens clássicas desses mitos na história da arte. O primeiro diz respeito justamente à intensa relação entre Deméter e Perséfone.
O outro, a um segundo mito que envolve a descida de alguém ao Hades, no caso, Orfeu, que desce em busca de sua amada Eurídice.
Esses dois mitos, e também os referentes a Dioniso e Asclépio, outros deuses que também morreram para renascer, são abordados numa brilhante caracterização dos cultos órficos, uma espécie de religião não-oficial na Antigüidade, mas na qual Deméter também desempenhava um importante papel.
Por Rodrigo Lacerda
PERSÉFONE
http://yvannasaraiva.blogspot.com/2009/03/persefone.html
Na Grécia antiga, Deméter/ Ceres era responsável por todas as formas de reprodução da vida, mas principalmente da vida vegetal, o que lhe rendeu o título de "Senhora das Plantas", "A Verde", "A que atrai o fruto" e "A que atri as estações". As pessoas a honravam ao usar guirlandas de flores enquanto marchavam pelas ruas, geralmente descalças. Acreditava-se que pisar na terra descalço aumentava a comunicação entre os humanos e a Deusa.
Perséfone
Por Claude Pouzadoux
Perséfone
Por Claude Pouzadoux
Na mitologia grega, Perséfone era filha de Zeus e da deusa Deméter, da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com Hera. Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão.
Hades aproveitou um dia em que Perséfone passeava sozinha. Quando ela se inclinou para aspirar o perfume de uma flor, a terra tremeu com grande estrondo.
Uma falha se abriu bruscamente, e dela surgiu o deus do Inferno, num carro puxado por quatro cavalos negros. A jovem nem teve tempo de se recuperar do susto, porque ele a agarrou pela cintura e a levou consigo. O carro sumiu tão depressa quanto tinha aparecido, e a brecha se fechou atrás deles.
Os gritos desesperados de Perséfone foram ouvidos por sua mãe, Deméter. Ela acudiu, mas tarde demais. Nada assinalava a passagem do deus. Somente o ar agitado conservava o vestígio dessa aparição súbita, e as flores caídas atestavam silenciosas uma agitação recente.
Apavorada, a pobre mãe não sabia mais aonde ia. Errava pelo lugar, esquecendo seus deveres para com os homens. Normalmente, sua função de deusa da colheita, do trigo e de todas as plantas lhe impunha vigiar a produção agrícola.
Na ausência de Deméter, o trigo se recusou a germinar, as plantas cessaram de crescer, e a terra inteira se tornou estéril.
Então os deuses resolveram intervir.O Sol, que tudo viu, revelou a Deméter onde estava sua filha.
A princípio ela ficou aliviada por Perséfone estar viva, mas quando soube quem a detinha, exigiu que Zeus obtivesse sua libertação.
"Entendo sua dor de mãe", o deus lhe respondeu. "Intercederei por você junto a Hades. Ele vai devolver sua filha, ou não me chamo Zeus!"
Mas Hades se negou a deixar a doce companheira partir. Deméter decidiu então abandonar suas funções. Pouco lhe importava como os deuses e os mortais viveriam sem ela.
Ela também não podia viver sem a filha. Assumiu o aspecto de uma velhinha e se exilou
voluntariamente na terra.
Iniciou-se então um período cruel para os homens. De novo o solo secou, e a fome ameaçou a espécie humana.
Essa situação não podia mais persistir. Os deuses se reuniram no palácio de Zeus e concordaram em persuadir Hades a devolver Perséfone à mãe.
Zeus tomou a palavra: "Caro irmão, você é o soberano do reino subterrâneo. Como tal, age de acordo com a sua vontade, contanto que não se meta neste mundo.
Ora, desde que você reteve Perséfone, sua mãe recusa alimento aos mortais. Pela mesma razão, os sacrifícios se fazem raros. Você não pode deixar essa situação se agravar. Devolva a moça!" "Está bem!", disse o deus esperto. "Mas antes preciso verificar se ela não comeu ou bebeu alguma coisa durante sua estada, senão ela não pode mais voltar à terra. E a lei."
Interrogada, Perséfone respondeu com candura que tinha experimentado as sementes de uma romã. Hades exultou. Mas acabaram fazendo um trato:
Deméter teve que aceitar que sua filha permanecesse três meses ao lado de Hades e subisse para ficar com ela o resto do ano.
Assim é que, durante três meses, a terra se entristece, junto com Deméter, pela
ausência de Perséfone.
E o inverno, e o solo se torna improdutivo. Logo que a moça volta, a vida renasce, e a natureza inteira festeja o encontro entre mãe e filha. Somente Hades acha demorada essa primavera que o separa de sua companheira.
Fonte: Contos e lendas da mitologia grega / Claude Pouzadoux;ilustrações de Frédérick Mansot; tradução de Eduardo Brandão. — São Paulo: Companhia das Leiras, 2001
Imagem: Google.
PERSÉFONE
Nenhum comentário:
Postar um comentário