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ESPELHO DA ALMA*LINGUAGEM DA LUZ

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


O QUE NÃO É ASTROLOGIA


Se mudarmos a pergunta, talvez possamos ter outras respostas e não ficar circulando atrás de explicações que vão apenas satisfazer um paradigma cultural, pois todas as respostas que possamos encontrar dentro de uma determinada premissa cultural – no caso, ciência ou não ciência, humanas ou exatas – obedecerão necessariamente a essa premissa, tanto faz se for contra ou a favor, mas sempre circulando o mesmo eixo, como o cão atrás do rabo.


Realmente, há uns 25 anos meu discurso era de que a Astrologia não era nem ciência e nem arte (como alguns diziam), mas sim uma linguagem, e, aplicável à ciência e a arte, ou melhor, um instrumento de sua própria ciência e arte, de acordo com sua “práxis”.


Entendia eu (e não abri mão inteiramente desse pensamento) que, funcionalmente, a Astrologia podia ser comparada a uma linguagem pelo simples fato de que ela, a Astrologia, surgiu da necessidade de compreensão que o homem tem de seu papel nessa realidade. Quem Sou Eu, De onde eu vim, para onde vou, o que estou fazendo aqui, etc., etc. esse tipo de perguntas existe em cada criança e em cada adulto, mesmo que às vezes a gente se distraia e se esqueça de perguntar, e aposto que essas perguntas devem existir desde que o primeiro sopro do pensamento invadiu o primeiro homem que ficou em pé.


Qualquer pergunta, para ser respondida, precisa de um tipo de código de compreensão, que não precisa ser necessariamente a linguagem falada, e pela necessidade dessa compreensão original, creio que a observação da natureza foi estabelecendo os códigos e fornecendo os elementos, o alfabeto para que a linguagem da relação Homem – Natureza se estabelecesse.


A Astrologia como Linguagem surgiu da necessidade do Homem entender sua relação com a natureza e seu papel nesse plano. Vejam bem, estou afirmando que a Linguagem surgiu de uma necessidade específica, e creio que a necessidade de algum tipo de entendimento está na gênese de qualquer linguagem.


A diferença entre a Astrologia (vista como linguagem) e as outras linguagens é que a necessidade das línguas normais é a comunicação entre os seres, e a necessidade que gerou a Astrologia é a comunicação dos seres com a própria natureza, o entendimento de seu papel no contexto maior. Ai vemos uma diferença funcional imensa.


De um lado, todas as línguas do mundo (as conhecidas, vivas ou mortas) e do outro, a Astrologia.
Então, Linguagem passa a ser muito pouco para a amplidão do que é a astrologia e seu papel, até mesmo na presunção de nos comunicarmos com os deuses, com a natureza como um todo, e a utilizarmos (em função de nosso limite humano) como linguagem, creio que estamos apenas triscando uma lasquinha da grandeza que é a Astrologia.


Não, não estou mitificando ou atribuindo valores absurdos e subjetivos à Astrologia. Estou dizendo o que sinto: que ela está além dos limites estabelecidos por qualquer linguagem, inclusive os limites com que podemos vivenciar e abordar a própria linguagem astrológica.


A Astrologia é simplesmente Astrologia. Possui uma gramática sim, para poder ser absorvida por nossa limitada mente, possui nessa gramática, em função da estrutura de pensamento permitida aos humanos em seu estado comum de consciência, uma morfologia, uma sintaxe, semântica e essas coisas todas. Mas isso é apenas o recurso razoável para que possamos acessar uma migalha da grandeza da Astrologia, que é: a Compreensão da Ordem do Universo, da Lei que estabelece as relações entre todas as coisas (isso é tão grande que não cabe no meu pensamento, só Deus mesmo pra pensar algo assim tão complicado).


Então, Tem linguagem, Tem ciência, Tem arte, Tem poesia, Tem musica e alquimia, a Astrologia Tem tudo isso, comporta tudo isso, mas não é nada disso em si mesma.


Astrologia é apenas, no meu entender, Astrologia.


E não vai se submeter à necessidade humana de classificar e discriminar todas as coisas (alguns chamam isso de ciência) para termos a ilusão de que podemos controlá-la, e de que não somos tão pequenos assim, diante da grandeza da ordem magnífica do universo.


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